sábado, 1 de agosto de 2009

JUNTO À PRAIA




Vem alegria que já foi triste,
Com vida virada do avesso;
Pensa no cais, donde partiste,
Aquela emoção, ainda existe!
Porque o sonho, fluiu travesso.

Somos levados pela maré,
Descemos escarpas, em segredo;
Olhamos o Sol, com tanta fé!...
O que foi belo, hoje não é,
Fugimos da terra, cheios de medo!

Neste lutar permanente,
Do que foi muito, resta nada;
Só saudade é força presente,
Nossa alma, anda ausente,
Vive em nós, imagem sagrada.

Naufragamos, sem destino,
Por mares e Costa sem fim;
Fitamos... Horizonte divino!
Vigia estrela, nosso tino,
Este silêncio, floresce assim.

Remeto à escrita, o que sinto,
Revejo o tempo e, a razão;
Neste espaço, eu não minto...
Mágoa e dor eu não finto!
Nem a chama do coração.

Abraço a ciência, com verdade,
A praia, tão perto, no espraiar;
Na onda da tempestade,
Desço ao campo, deixo a cidade,
Venho cheirar -vento a soprar.


Porto Covo, 01/08/2009
Inácio Lagarto

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