terça-feira, 11 de novembro de 2008

MARINHEIRO


Navego numa viagem
Neste barco a remar;
Procuro firme paragem,
Último porto a parar.

Sigo o Sol, olho a Lua,
Vejo estrelas a brilhar...
Recordo a velha rua
... o berço de embalar.

Sinto vento que soprou...
A boca que já beijei!!!
O mar que um dia rasgou
Neste ser que me tornei.

Sinto ondular constante,
Por entre fausta folhagem;
Sou um mero navegante,
Sem bilhete de passagem.

Sou grato ao pó que sou,
Cresci em ebulição;
A nuvem nunca apagou,
A chama duma razão.

Vou chegando no veleiro,
Trago solidão dos montes;
Do chilrear verdadeiro,
Das aves nos horizontes.

Setúbal, 20/12/2002
Inácio Lagarto

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