terça-feira, 25 de novembro de 2008

UM AÇOITE


Dói - me a cabeça,
Um aperto no peito;
Ouvi uma sentença,
Dum triste efeito.

Em mim mortifica,
Sangra a doçura;
Água solidifica,
Deixou de ser pura.

Quer a mente quebrar,
Da força de artista;
Senti - me atropelar
E, feri minha vista.

Voltou o Inverno,
Trazendo a noite;
Desci ao inferno,
Levei um açoite.

Discurso perverso,
Repleto de enganos;
Só encontro em verso,
Frescura dos anos.

Vou sair da treva,
Porque sou sonhador;
A vida me eleva,
Sou um rimador.

As palavras loucas,
Ditas em terramoto;
São frágeis e poucas,
Para quem é devoto.

Só a marcha agita,
Acalma ao relento;
De gente bonita,
No seu movimento.

Setúbal, 31/07/2008
Inácio Lagarto

Sem comentários: