MARÇO, CHEIRA A CERTEZA

Março, cheira a certeza,
no seio traz a primavera!
Cai a chuva, amiga, com pureza...
bebem prados, trepa a hera.

Ao suave inverno pedimos perdão
pelas voltas que dá na vida!
Mudando o clima, não cumpre missão...
ficando a fauna e flora sentida.

A culpa do homem é colectiva
entre fogos em ambientes florestais!
Na Natureza - riqueza afectiva...
vive sofrendo, deixando sinais.

Na sua força primaveril,
de linda paisagem a verdejar!
Segue no florescer o mês de Abril...
par ver a seara ondear.

Cantam nas árvores os passarinhos,
o rio, de belo caudal, a correr!
Crescem sonhos em fofos ninhos...
embalando um novo viver.

O sol aquece as sementes da terra
cujo temporal agreste criou!
Com muita sapiência enterra...
mistura do sonho que fertilizou.

Rebentos, folhas com frescura,
nesta moldura imensa!
Fixam os olhares, doce ternura...
na clareza, luz de nascença.

São pintores, poetas, lavradores,
homens do mar pescando!
Povos de Paz e Criadores...
com esperança vão caminhando.

Setúbal, 01/03/2018
Inácio José M. Lagarto