terça-feira, 7 de julho de 2020
O MUNDO PAROU
O mundo parou de repente,
O povo ficou triste, carpindo
E a vida tornou-se diferente.
A rua silenciou sapatos e fados
Com medo, a sua sombra ferindo,
Fecham o labor, todos os mercados!
O sonho em casa com magia,
Invadida pelo teletrabalho
Tranca a porta, entra nostalgia.
Lá fora vagueia a amizade,
Perigo caminha sobre soalho
Assombrando a liberdade!
Não há carinho, beijo, abraço
Trocados por toque imaginário,
Vestindo a alma de cansaço.
Vem a máscara, a fantasia
Em desfile extraordinário
Jamais brilha na noite, no dia!
Surgem com ternura e coragem,
Olhos postos na Ciência!...
Sábios, médicos, enfermagem.
Chefes de quimeras ao peito
Defendem a Existência
Ou partilhando belo feito!
O globo perde-se na bruma,
Luta contra velhos pecados
Cujo segredo no tempo esfuma.
Usa a palavra com confiança
E os movimentos sagrados
No tabuleiro da Esperança!
Setúbal, 07/07/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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