quarta-feira, 1 de julho de 2020

SOU FILHO DE PORTUGAL

Da minha janela tudo é distante,
Vejo o mundo distribuído sem fim;
Navego numa nuvem errante
Assim, o sol fica mais perto de mim!
Através do ideal, pensamento,
Visito novos saberes, vivências
Entre cultura e doce evento,
Bebo no copo das experiências!

Nem toda a partilha é terno jardim
Nesta Natureza vasta e bela;
Há sempre um seco espinho ruim
Cravado na tela da aguarela.
Foi pintada pela mão de Deus,
Orquestrada com melodia;
Construída por anjos dos céus,
Iluminada com Vida, Poesia!

Sobressaem  canteiros de flores
Dispersos por imensos recantos;
Todos diferentes de várias cores,
Repletos de harmonia e de mantos.
Não falta a sombra, a claridade,
O rio correndo na jornada;
O denso arvoredo da saudade
Nem o monte com  casa caiada!

Acordo do sonho envolvente
Com a alma emparedada
Penso, no hábil povo, na boa gente
Que pela pandemia é sacrificada!...
Fecho a janela, guardo o silêncio,
Tento esquecer este vendaval;
Na amizade, na ternura diligencio,
Sou neto do mundo!Filho de Portugal!

Setúbal, 02/07/2020 
Inácio José Marcelino Lagarto 

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