Desponta o Sol Nascente,
levanta-se o caminhante;
o luar é transparente,
segue o Povo para a faina ardente
sem mudar de semblante.
Leva no sonho a cruz erguida,
cumpre entre gargalhada o dever;
tem a conta, impaciente perdida,
naquela hora tão sentida…
usa as mãos como força do vencer.
Regressa de enxada ao ombro
depois de ter cumprido o labor;
tratou a Natureza com assombro
cujo prémio foi mais um tombo!
Resta-lhe a Família para o pranto e dor.
Sai do trabalho vem â taberna,
desabafa, completa a acção;
volta a casa e hiberna…
atravessa a noite e a vida terna!
Pede à madrugada protecção.
A luz da fé torna-se fria ou quente
para tamanha ansiedade
o cansaço é permanente
de ouvir falar tímidamente
da conquista da Liberdade.
Chega a noite finda o dia
canta alegre uma cantiga;
vai perfumando a fantasia,
protege o amor com magia!
Alimenta a chama antiga.
Setúbal, 12/05/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
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