sábado, 13 de junho de 2020
SANTO ANTÓNIO
Lisboa acordou triste
Sem brilho ao Santo António
Cujo sonho e viver persiste
Rezando no seu oratório;
Falta marcha, riso e balão
Caminhando pela noite fora
A quadra popular entre paixão
Este ano em prece implora!
A Mouraria do fado
Fala da fresca sardinha
Do desfile encantado
Deixa a Avenida sozinha.
Do Bairro Alto à Madragoa
Não esquecem a bela Severa
O pregão que varina entoa
Memórias de outra Era.
Confinados os arraiais
Não há cortejo, procissão,
casamentos tradicionais;
Apelam à compreensão
Perda do cenário real;
Neste dia não desce à rua
Imposta por distancia social
A Vida fica mais pobre e nua!
Não há fogueira, grelhador
Vinho e pão, versejar à mesa;
Bailarico, palavra de amor,
Envolvendo tanta riqueza.
Na partilha calma ao luar
Pedem, ao Santo Franciscano,
A terna arte em dialogar
Fixada no sofrer humano.
Setúbal, 13/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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