quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SOMBRAS NA SAUDADE


Tantos invernos alvoraçam o ninho,
despem-se as serras de rosmaninho
quando a vida na caminhada
é pelo sol e luar acarinhada;
buscando alegria, fugindo da solidão,
filhos da terra, filhos da criação.
Bebem da videira o sumo da uva,
descansam numa cama de chuva
...tapam-se com lençóis de vento;
a luz vem das estrelas em movimento,
as aves esvoaçam nos ares
quando o céu é o tecto dos lares.

Na noite sossegam os dias,
nos silêncios florescem ousadias
na corrente que rega os sonhos;
servos de fantasmas tristonhos
ouvem a palavra que mente,
calam a voz da razão que sente.
A bela alvorada esfria,
do olhar triste uma lágrima caía
ao escutar promessas de ilusão
com o tempo fechado na mão
e folhas secas pisadas na liberdade
surgem...sombras nublosas na saudade.


Setúbal, 16/06/2014
Inácio Lagarto

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