sexta-feira, 1 de abril de 2016

LEVANTA-TE



Cais, também te levantas!
Da solidão em silêncio
se, na tristeza, não fugir a alegria.
Com riso deves erguer
a esperança, fé no vencer.
As lutas e o querer são as mantas
que aquecem a nostalgia.


No sonhar encontras:
- um coração aberto,
  amor e fantasia
  em cofre dourado.
- Um abraço do dia
  ao acreditar vindo de perto;
- um beijo, dado, com harmonia
   e no peito fica guardado.


Não acharás amizade
na queda quando cais!
Na dura caminhada
ou, na subida com falsidade.
sacode as palavras frias
numa tarde, bem passada,
sem ais...
num jardim junto ao mar.
No campo verde a florir
reencontras, a tua idade,
um novo despertar.


Radiante, na Vida, a sorrir
com o tempo, vais falando...
do brinquedo que perdeste
naquela tarde de verão;
berlinde que vendeste
para comprar um peão;
o comboio que viste partir,
uma lágrima derramando
na saudosa estação.


Chegado, com crença e vigor,
no rio calma navegava
a primavera em flor.
Do alto a serra iluminava
o Poeta que declamava.
Nesta Cidade do Amor.


Setúbal, 02/04/2016
Inácio Lagarto

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