terça-feira, 7 de junho de 2016

O DESPERTAR DE UM POEMA

Erguido, frenético, exigente
não tolero vento bizarro.
Sou fruto, antes semente,
moldado no saber do barro,
cozido no tempo. Sou gente!

Sonhar não foi desencanto,
no despertar, senti a Vida.
Afago a tristeza no canto,
com Poesia livre, sentida
quase esquecendo o pranto.

Adormeço com mente cansada
dos tormentos, chama misteriosa.
À noite, sobre a almofada,
brilha uma luz silenciosa
numa esperança....renovada.

Com mão, no papel, a girar
escrevo, vontade florescida.
Palavra germina, a saltitar,
numa viagem percorrida
cuja memória quer resgatar.

São sinais de fantasia
sombras lavradas de emoção.
Fontes de trabalho e alegria.
Factos narrados com o coração
que vêm adoçar o Dia.


Setúbal, 07/06/2016
Inácio Lagarto

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