Alentejo da casa branca caiada
Com a cal cozida no forno
Da rocha extraída da terra;
De faixas de listas certeiras,
Em portas e janelas nas ombreiras,
Como decoração iluminada!...
De azul ou amarelo que o belo encerra
Ao luar das estrelas
E junto aos beirais dos telhados é vê-las!
Mostram ao tempo formosura
Protecção ao sol do dia,
Carinho à noite quente;
Serenidade e harmonia
À imensa planura.
Da fonte vai jorrando água
Que traz alegria ao povoado,
Sangue novo brotando vida,
Numa partilha sentida
Acalma a sede e a mágoa;
Cria sonhos todo o ano,
Afina o cante em união
Do povo alentejano
Que ao trabalho entrega o coração.
Terra Mãe amiga e conselheira,
Como seu filho amo e beijo;
Envolta de montados e olivais
Paisagem de alma verdadeira
Entre estevas e trigais,
Península criadora com ensejo!
Setúbal, 03/08/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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