segunda-feira, 30 de maio de 2011

GENTE DA RUA

A inocência
olha a bondade
em gente da rua;
caminham na dor alheia
matam fome e sede
moldadas com a vontade
em estrada imensa e nua,
em que o amor vagueia.
Fixam a sombra na parede
no sonho que incendeia;
há risos e choros
em espaços solitários;
rompem nos telhados as chamas
no canto vê-se um trono
...tesouros imaginários.
As esteiras são as camas
destes filhos sem dono
agarrados à magia;
vivendo sem um ninho
esquecendo a poesia
fugindo ao carinho.
Pintam vidas às cores
o céu acende o raiar
as estrelas são as flores
que fazem esperança voltar.

Setúbal, 29/05/2011
Inácio Lagarto

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