quarta-feira, 11 de julho de 2012

ALENTEJO


Mote
Alentejo de sol quente
Terra de Povo trabalhador;
ao campo lanças semente
Cantas à Vida... com amor.


I
Belos sonhos não se calam
deixam ao tempo saudade;
vais lutando por igualdade
em silêncios que ainda falam.
Força e querer te amortalham,
não  esqueças... que tens gente!
Segues triste, perdidamente
as estrelas e o luar;
beijas a charneca devagar
Alentejo de sol quente.


II
No calado amanhecer
marulham águas das fontes;
ao longe...brilham os montes
donde o gado vem beber.
Vê-se prado a crescer
naquele jardim em flor;
refresca a mente do calor
no caminhar em amargura.
Lavrando solo com ternura,
Terra de Povo trabalhador.


III
Tuas árvores verdes choram,
gritam mágoas e imploram
ao machado... firme e seguro;
o mundo vagueia impuro
contra seres que exploram.
Naquele fadário dolente
tua voz geme e sente
...ceifas o trigo cor de ouro!
Foste árabe e um dia mouro,
ao campo lanças semente.


IV
Teu Povo, unido e sozinho
com coração revoltado;
no salário sempre roubado
suportando duro espinho.
Dás abrigo em lindo ninho
trazes na seiva o criador;
espalhas ao vento tanta dor...
com uma coragem presente!
Recolhes tarefas, contente,
Cantas à Vida... com amor.


Setúbal, 06/07/2012
Inácio Lagarto

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