domingo, 18 de novembro de 2012

DEUSES ZANGADOS


Ano aflito não termina
o sentir que sente, foge,
no balançar do sonho;
fugida da união
a resistência desatina.
O vento ruge, se move
...no tempo severo!
Neste alterar medonho
não se esvai, na opinião.

Inverno a chegar
clama o frio,
incendeia a lareira
que não aquece por igual.
Floresce o embalar
em corpo vazio;
cai chuva sorrateira,
desejo de Natal
...luz verdadeira
numa estrela a brilhar.

Enigmas, tornados
trazem solidão
dos deuses zangados;
pela falta de pão,
choros calados,
caminhos traçados
...aguardam razão.

Setúbal, 17/11/2012
Inácio Lagarto

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