domingo, 30 de dezembro de 2012

FAMINTAS ALCATEIAS

Rompe Abril florido
cala inverno da dor;
novo cantar foi ouvido,
belo sonho renascido
e do grito brotou...flor.

Que importa gelo e feras
vestidos de amor, clarão!
Vão trepando como eras,
omitem as primaveras
dando luz à escuridão.

Povo não dorme nem esquece
vê a vida com seu olhar!
A velha história conhece,
sente mágoa, tanta prece
...sem lágrima p´ra chorar.

Moribundos por verdes netos,
presos à ilusão do mundo;
Seres fortes de aspectos
que silenciam afectos, 
crentes pelo azul profundo.

Famintas alcateias
vivem em noites sombrias;
descem às cidades, aldeias,
ficam com as bolsas cheias
sem temer ventanias.

Setúbal, 30/12/2012
Inácio Lagarto


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