quarta-feira, 7 de maio de 2014

OS POBRES PAGAM A CRISE

Mais um destino a cumprir,
belo sonho quase a vergar;
na cruzada cresce o sentir...
lusitana terra sem sorrir,
povo triste a interrogar!
Os  Pobres pagam a crise.

O sol teima em aparecer
no ar negro da tempestade;
vento sopra, não quer romper...
a água cai, traz o sofrer
ao Abril da claridade!
Os Pobres pagam a crise.

O florir perdeu a sorte
nestes anos de geração;
braços feridos por mão de morte...
brutos mercenários sem norte
vendem solo por ilusão!
Os pobres pagam a crise.

Neste canteiro, jardim brando,
em que a ave esvoaça
sobre o longo mar, ondulando...
a crise dá mote à tristeza!
Está memória esvaziando,
Pendão da velha raça
...luz de nobre certeza.
Os Pobres pagam a crise.



Setúbal, 01/05/2014
Inácio Lagarto




Sem comentários: