quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

ANDAR DOS DIAS


Em tempos de outrora
de lutas sangrentas...
repetem-se agora
as mesmas tormentas.

A fome reinava
com taleigo na mão;
na rua mendigava
pedindo ao patrão.

Hábil trabalhador
sofria com medo...
ao sol abrasador
falava em segredo.

O mundo caminhava,
usava de opressão!
Ao pobre faltava
trabalho e pão.

À noite a tristeza
molhava o cansaço!
Amor e certeza
uniam o laço.

Acendeu-se a luz
ao ridente porvir.
Novo sonho conduz
em mente a florir.

Corrida a estrada
volta a desventura.
A fábrica é fechada
à Vida futura.

A força é calada
pedindo justiça.
A chama roubada
por velha cobiça.

Nossos irmãos ternos
no querer e dever;
escravos modernos
com ânsia de vencer.

Unidos e puros
sem mentes sombrias!
Altivos e seguros
no Andar dos Dias.


Setúbal, 10/12/2015
Inácio Lagarto

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