DESTINO PEREGRINO

Felizes os Povos que abraçam a Liberdade
respeitando, na Vida, as glórias sonhadas.
Mostram unidos a chama da Igualdade,
partilhando a esperança das alvoradas.


Da Moita a Viana, em Fé, Amizade,
acendem a candeia das belas acções.
Do Ribatejo caminham, com a luz da vontade,
no Alentejo acalmam, solenemente, os corações.


Entre sombras cavalgam sonhos cismadores
procurando, carinho e Paz que os conforte!
Seguem vozes dos montes e dos pastores...


o destino é peregrino, de sagrado pão
pedindo que o celeiro seja forte!
como riqueza... terminando a solidão.



Setúbal, 30/04/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

PEREGRINOS

Somos alegres peregrinos
dando sentido ao viver;
no rio que corre, bem ou mal
estamos cumprindo um dever.

Inácio Lagarto

DA MOITA A VIANA DO ALENTEJO

 

De carros engalanados
cumprem deveres evocados;
da Moita partem as estrelas,
desfilam à luz das velas.

Segue o cortejo sagrado
por montes e montado;
com cavalos e cavaleiros
ao som de música e troveiros.

Transportam sonho peregrino,
procuram Viana como destino.
Esperam-nos homens e donzelas,
com mantas, colchas nas janelas.

Há festa, cantares, procissão!
Fazem tremer o coração.
Viaja de mão dada o Povo
acreditando no sentir novo.

Senhora De Aires, Mãe Bendita,
abraça Sua Irmã na visita.
Caminham, unidas, nos andores!
Perfumam a Vida entre flores.

Percorrem mistério redentor,
afagam, com terno olhar, a dor.
Partilham a Fé, chama dos Céus!
Ouvem a voz vinda de Deus.


Setúbal, 25/04/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

TEMOS IDADE

 

 

Nascemos, temos idade,
acende-se uma luz divinal;
floresce no Tempo amizade,
ilumina nobre ideal.

No sonho de criança
surge esperança, quer voar,
brilha e acena o olhar
na chama da bonança!
Enlaça a confiança
numa audaz vontade,
de amor, fraternidade.
Vai no mundo erguendo a mão,
bater forte do coração!...
Nascemos, temos idade.

Passo a passo, caminhamos,
sorrindo com alegria
vamos exaltando o dia,
vida sonhada levamos!
Pelo futuro lutamos
entre conquista leal,
seguimos rumo triunfal.
Em coro, atrás do destino,
recordo o crescer de menino...
acende-se uma luz divinal.

De certezas radiosas
somos heróis dos feitos,
enrijecidos nos peitos
somamos glórias famosas!
Nas areias ditosas
brota a Liberdade,
da fonte da saudade.
Daquele venturoso par
que abriu as portas ao lar...
floresce no Tempo amizade.

À roda de tudo, sem nada
abrem-se sagradas janelas,
visionamos coisas belas
na lembrança deixada!
Vê-se paisagem enfeitada
com o sol, quente, de Portugal,
fausto orgulho Nacional.
A terra gela e alimenta,
quanta riqueza fomenta...
ilumina nobre ideal.

Setúbal, 22/04/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

ONDULAÇÃO

Mergulhando neste belo ondular,
despido de preconceito;
enxugo a mente, na toalha do luar,
medito na Paz, em Sonho eleito.

Inácio Lagarto

ANSEIO DE POETA

( Foto retirada do Google)



Que os anjos a vida protejam
abracem o sonho docemente
neste Rio, pintado de azul!
Mergulhem nas calmas águas,
cujo sol aquece a paisagem.
Faz florescer a verde Serra
numa mistura celestial;
cada planta espreita o mar,
partilha do alto com a Cidade...
num gesto fiel e, inocente.

Em invisível serpentear
consolam o Sado de mansinho,
acalmam a extensa e terna Baía!
Vêm entrar e sair o grande navio,
a traineira e, o barco do pescador.
Fazem sorrir, alegrar o coração,
Comungam da graça do Senhor;
olham o raiar da esperança,
o navegar da Ventura...
na conquista do amor ardente.

As estrelas do céu iluminam,
a glória e riqueza,
a filosofia do conhecimento!
Nas horas de imaginação
seguem, de perto, a rota, a escala,
na viagem da Natureza.
Neste belo Cais aportam!
Cada canto, guarda um segredo,
lavrado pela mente do Poeta...
que anseia e muito Sente.

Setúbal, 20/04/2018
Inácio  José Marcelino Lagarto

SENTIMENTOS DESFEITOS

Embalados os sentimentos desfeitos,
ouviram-se no ar ternas orações.
Os sonhos soluçaram nos peitos,
cingiram-lhes estrelas em abraços perfeitos
olhando o mundo através de visões.


Setúbal, 20/04/2018
Inácio José M. Lagarto

AUSÊNCIA SENTIDA

Talhados dez anos, não tenho nada,
numa ausência sentida!
Na sombra escura da saudade.
No corpo sinto-a tão pegada
àquela luz, presente, sem medida...
ilumina o tempo, é a Verdade.

Neste imperfeito caminho
como sonhador, de riso quente!
Canto, falo de coisas radiosas.
Amanheço, cansado e sozinho,
abro os olhos, à vida, docemente...
inspirado nas jornadas ditosas.

Longe de tudo, pela imaginação,
cercado por sorriso ardente!
De mãos dadas com  a humanidade.
Acendo a  candeia da  emoção,
escrevo, através da chama da mente...
palavras serenas sobre a Liberdade.

Penso no Homem sorrindo à sorte,
lutando por mistérios reais!
Vejo desejos fitando os céus.
Beijo o Saber, quero ser forte,
lanço o grão à terra, como os demais...
colho a força sagrada que vem de Deus.

Recordo as sublimes belezas,
agarro-me à Fé, terna companheira!
Minha razão, nobre ideal e paixão.
São dias e noites de incertezas,
consolando a Virtude verdadeira...
sensações amorosas do coração.


Setúbal, 20 de Abril de 2018
  Inácio José Marcelino Lagarto

SUPREMA POESIA

 

 

 

Floresce o mês de Abril

depois, da longa chuvada.

A luz surge na alvorada...

alegra o campo pastoril.

 

O Homem passeia pela paisagem,

olha do alto o calmo mar.

Ouve o pássaro a cantar...

na árvore, em verde ramagem.

 

Acende a chama do coração,

fiel ao grande feito.

Vai pulsando no peito...

o cravo, como recordação.

 

Manhã de terna vontade!

O luar na sombra sorrindo.

O Povo, a mente abrindo...

brilhou no ar a Liberdade.

 

Na força, a Vida irmana

com desejo de vencer.

Lutando, por novo querer...

em Terra Lusitana.

 

O Povo saiu à rua

na busca da claridade.

Abraçou com igualdade

a bandeira que flutua.

 

De pensamento profundo

logo, esqueceu velha dor.

Entre o milagre de amor...

foi dando lições ao mundo.

 

Mês de glória e de beleza,

de memória e ventania.

Sonho de Suprema Poesia...

de exaltação e firmeza.

 

 

Setúbal, Abril de 2018

Inácio José Marcelino Lagarto



FUTURO ILUMINADO

Aos ombros do Povo presente
entre lágrimas e, calor festejado!
Com um grito de boa gente,
num solo fértil e dormente...
o futuro foi iluminado.

Inácio Lagarto

MENTES RITMADAS

De pensamento crítico
as folhas, ao tempo falam!
Nas árvores frondosas e rígidas.
Ao vento, à chuva,  com confiança
erguem, os braços ao mundo.
Neste clima paradisíaco
as intempéries calam...
entre as guerras sentidas!
Albergam as esperanças
naquele amor profundo.

Ouvem, em silêncio, com atenção
as mentes, fluindo, ritmadas!
Sons vibrando nas memórias.
Timbres que ao longe irradiam,
dilatando o conhecimento.
Cantes repousados na acção,
nas inteligências afinadas...
pelo respeito das glórias!
Forma, traço na partilha guiam
o desejo áureo do momento.

No conceito comportamental
há que saber ouvir e calar!
De olhar fixo, presente, na vida.
Fiel à natureza humana,
com sonhar florido no peito.
Controlar a força emocional
a fim de poder, com arte, julgar...
aquele acto, palavra proferida!
Lançada viva e ufana,
embalando o coração desfeito.

Neste cenário, frio, desesperado,
de porta livre entreaberta
vê-se um corpo transparente.
No espaço amordaçado,
de razão, medo na hora certa...
derramando pranto inocente.

Setúbal, 12/04/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

ANOS DE HISTÓRIAS

Cinquenta e um anos de histórias
numa caminhada percorrida!
Vida escrita nas memórias
entre lutas pelas vitórias...
sinais da juventude sentida.

Foi semente em corpo lançada
quando o sonhar florescia!
Sossego, esperança, muito e nada,
fé erguida na alvorada...
à espera de um novo dia.

Sobraram solidão e mágoas,
vestígios segurando laços!
Correram tédios e águas,
no palco ruíram as tábuas...
olhares perdidos nos espaços.

Hoje, contemplo o cenário,
pintado, partilhado, com Amor!
alimenta o imaginário.
Herdeira no calendário...
fiel Filha, amiga, esbelta flor.

Acompanham-me forças divinas,
minha mente, terna poesia!
Lembranças são duras sinas,
companheiras matutinas...
musicadas com elos de magia.

 
Setúbal, 03/03/2018
Inácio  José M. Lagarto

TEMPOS DE GLÓRIA

(Foto retirada do Google)


TEMPOS DE GLÓRIA

Nascemos para a Arte,
a Vida modelar!
Pintamos a ilusão,
seguimos viagem.
Vamos da Terra a Marte,
atravessamos o luar
com a mente e, paixão...
no barco da miragem.

Brincamos na rua,
na aula do infantário!
Jogamos à bola
com a mesma ambição.
Como quem flutua
usamos o imaginário
cujo sonho rola...
ao futuro damos a mão.

Criamos amizades,
força e confiança!
Desejo de aprender,
partilha e união.
Alimentamos vontades,
nova esperança
olhando o Saber...
com alma e coração.

Elaboramos a tela,
com traços e cores!
Esboçada no Cultural,
somos gente dotada.
Linda Aguarela,
de calmos amores,
de sonho especial...
visão encantada.

Projectos sonhados,
marcos na memória.
Orgulhos criados...
Tempos de glória.


Setúbal, 03/04/2018
Inácio J.M. Lagarto