quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
SERVIÇO AO CIDADÃO
Horas longas de espera
a fim de renovar o dever;
tempo demais, sentado, desespera…
ocupando a mente sem nada fazer.
Com falta de trabalho e profissão
jamais compreendo tão dura estiada.
Perdido no espaço, na confusão
esperando pela senha da chamada.
A fila rolando não diminuía,
os bocejos pairavam no ar;
a noite aproximava-se sombria
e o sonhar em nós a reclamar.
Apagava-se a chama da paciência,
o progresso silenciava a razão!
Quando o mundo planeia a ciência,
o entendimento permanece no balcão.
Nesta cruzada em movimento,
na unificação dos serviços;
vão torturando o pensamento
e trocado por computadores noviços.
Desolado pela vida inglória,
de corpo e alma divagando!
O passado consome a memória,
pensa no arado a terra lavrando.
A chuva rega a lavoura,
o sol ergue a sementeira.
A seara verde surge duradora
e o fruto cresce à nossa beira.
Funcionários crentes, sobreviventes,
em sobressalto, não vivem sós.
Pessoas sinceras e obedientes!
São filhos e netos de nobres avós.
Setúbal, 19/02/2019
Inácio José Marcelino Lagarto
Nota: Nas tardes frescas de Fevereiro,
horas perdidas do poeta;
escondido sem calor dum braseiro
calando a expressão na meta.
Inácio Lagarto
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