segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ONDE FOI PARAR O TEMPO?


Falta ao povo que hoje sente
Perguntar o que se esquece...
Onde foi parar o tempo?
O passado mora presente
A nuvem que rodeia, escurece.
Havia carroças na rua
Transportando os afazeres
...Pouco sobrava para lazeres;
Os avós davam mimos
A vida não era só sua...
Todos na família eram primos
Na charrete, viajava gente!

A chaleira encostava ao lume
O pão, na brasa torrado;
A panela, cozinhava sem azedume
O pai era... Chefe respeitado.
O cesto ia à vindima
A azeitona ao lagar;
Entre pinheiro, com lágrima, a sangrar
Crescia trigal, por montes acima;
A palha descia ao palheiro
Para gado impaciente...
Carne de porco ao fumeiro
Foi aquecendo a nossa mente.

Lembram- se janelas, com namoro,
Belos sonhos em sobressalto;
Os gritos das crianças em coro
Correndo velozes, sobre asfalto.

Setúbal, 14/09/2010
Inácio Lagarto

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