quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

RIO SADO


Numa lágrima de cristal
Na Serra da Vigia nasce;
No Alentejo com medo
Em clima tão desigual
O Sado do sul cresce.
Visita Alcácer em segredo
Naquele espraiar sem fim,
Vem a Tróia separar
E a Setúbal desaguar...
Pede ao Senhor do Bonfim
Que ao pescador não façam mal!

De corrente contra o destino
Caminha do sul para norte,
Alagando densas margens;
Com as marés perde o tino
Dá vida, força e sorte.
Recebe cheias das barragens
Alimenta os pesqueiros,
Dá de beber ao arrozal;
Cria prainhas e esteiros,
Bebe água dos ribeiros
Canta um poema divinal.

Em bela Baía acalma
Tem a Foz junto ao Outão;
Oceano apaga a chama
Guiado pela razão.

Setúbal, 05/01/2011
Inácio Lagarto

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