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Subindo a escada da vida,
degrau a degrau, chegamos ao alto;
olhamos o sonho em sobressalto
sem a viagem estar percorrida.
O sonho dá força ao nosso viver,
percorre entre a mentira e a verdade;
cavalga, como corcel em liberdade,
por verdes campos ao alvorecer.
Amor veloz, de espada ao vento,
grita e beija o pensamento
rasgando horizontes e rochedos.
Um dia, no tempo, a razão acordou
e no silêncio a voz falou...
exalando palavras com segredos.
Setúbal, 31/01/2012
Inácio Lagarto
Neste Mundo perturbado
o povo deixa de sorrir;
o sol segue bem alto,
a nuvem escurece
...chuva começa a cair.
O que foi sonho é explorado,
desde o mar ao planalto,
pela crise social
que na rua aparece
em toque tão desigual.
Liberta a gargalhada
aos tribunos e senhores!
Pagas sem culpa formada
por falhas de oradores.
Tenta sorrir!...
Acalenta a reflexão;
a conquista há-de surgir
mora em ti...a razão.
Não caias em tentação
olha em frente o caminho;
semeia sorriso da vida
...usa a força do coração.
Somos muitos,não estais sozinho,
resfria a mágoa sentida;
sangra e está dorida
acredita...no porvir.
Setúbal, 22/01/2012
Inácio Lagarto
Hoje é dia de festa
partilhando a amizade
todos em roda...a saltitar.
A Carla não dorme a sesta
apesar da tenra idade;
querem a vela apagar!
O João de Homem Aranha
a Beatriz de Fada Madrinha;
Pedro de bigode e estola,
com capa mostra façanha;
que viram lá no cinema,
no livro, na televisão
e desenharam na escola.
A Paula bela Rainha
com seus Três Mosqueteiros;
vestidos de lindo tema
não faltaram os cozinheiros.
Joana era a Pantera
o Nuno o Mestre de Avis;
César, Romano com coroa de era,
vestido de Leão, o jovem Dinis.
Tatuados de raros efeitos
vão correndo e cantando
alegres...são os Eleitos,
como aves estão voando!
O tempo caminha veloz
...serão pais
depois avós!
É preciso ir sonhando.
A Rita já vai casar...
conheci-a no infantário;
a Sara é dona de Lar
e Laura foi cabeleira,
namora um veterinário.
A Ana é enfermeira,
Helena advogada;
o louro Luís é professor
o alto José, não faz nada
...estudava para doutor.
O Carlos tem um irmão
tornou-se padre por paixão;
neste viver de saudade
somos unidos,
pela alma e...coração.
Setúbal, 15/01/2012
Inácio Lagarto
Neste fadário que levo a pensar
somam-se silêncios, sonhando,
suporto a vida e vou forjando
calmo futuro tento...desbravar.
Mui cedo brotei a gota de água
que da fonte o sonho veio molhar;
secada a folha no seu espigar,
em vez de florir, cresceu...mágoa.
Na raiz do sentir...berço brilhou!
Confuso, o tempo - vento calou
desfraldando ao céu alegria.
Liberto do sono, viver divaga
...nova esperança embriaga;
com a perda...a noite fica fria.
Setúbal, 11/01/2012
Inácio Lagarto
Povo calado pressente
o sentimento acossado;
ditosa vida foi corrente
de belo rio abandonado.
O sonho é nuvem...se esvai
como folha em arvoredo;
o vento sopra e ela cai
é levada em segredo.
É preciso a primavera
que faz brilhar a alvorada;
o sol quente não foi quimera
numa ramagem renovada.
A luz acesa ilumina...
mente que sofre murmurando;
ofusca a sombra ladina
que no tempo vai julgando!
Gente com gestos desabridos
neste canto de água salgada;
na viagem serão esquecidos
por nova praia perfumada.
Somos fiéis nestes anos
de olhar crente e piedoso;
moribundos por enganos
em vendaval ruinoso.
Setúbal, 09/01/2012
Inácio Lagarto
Verdes anos de criança
são tempos com saudade!
sem o cinto de segurança
sonho livre...sem vaidade.
I
A vida era normal
desde manhã ao por do sol
...olhar claro como farol!
O leite não fazia mal
comia-se carne com sal
petisco na boa festança.
A rua dava confiança
sem nenhuma convenção
sinal de libertação
verdes anos de criança.
II
A escola se repetia
se não fosse aprovado
ninguém era dotado
fazer contas tinha magia.
Internet não havia
lutar dava vontade
em crescer sobre verdade...
sentir o que outro sente
ser jovem e ser gente
são tempos com saudade!
III
Nos tanques se banhava
em hortas com laranjais
nas festas e arraiais
com as jovens se dançava.
O amor despontava
aliciando a esperança;
na viagem, bem mais mansa,
junto à porta do vizinho
guiando carro de pinho
sem o cinto de segurança.
IV
Livre sem alma frustrada
por não ter o brinquedo;
ferida no joelho ou dedo
com ligadura era tratada
lágrima e dor partilhada.
Na nudez da idade
realçando a dignidade
da inocência e sucessão;
bola de trapo, junto ao chão,
sonho livre...sem vaidade.
Setúbal, 02/01/2012
Inácio Lagarto
Somos técnicos de lazer
neste país abençoado;
moldados ao bem fazer,
estamos perdendo...ordenado.
Feitas promessas de futuro
como garante solidário;
hoje rompem o seguro
deste direito prioritário.
Estão poupanças acabando
nos bolsos feitos miséria;
alguém ficou usando,
sem respeito...a nossa féria.
Na ida ao hospital
a saúde será negada;
como culpa Nacional
Vida...já não vale nada.
Nesta falsa filosofia
estão mudando...intenções;
a pauta da melodia
não rima bem...com ladrões.
Vivia um sonho encantado,
numa promessa que dormia;
faz falta, Abril renovado
para termos...um novo dia.
Setúbal, 01/01/2012
Inácio Lagarto
