segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O SONHO SE ESVAI



Povo calado pressente
o sentimento acossado;
ditosa vida foi corrente
de belo rio abandonado.

O sonho é nuvem...se esvai
como folha em arvoredo;
o vento sopra e ela cai
é levada em segredo.

É preciso a primavera
que faz brilhar a alvorada;
o sol quente não foi quimera
numa ramagem renovada.

A luz acesa ilumina...
mente que sofre murmurando;
ofusca a sombra ladina
que no tempo vai julgando!

Gente com gestos desabridos
neste canto de água salgada;
na viagem serão esquecidos
por nova praia perfumada.

Somos fiéis nestes anos
de olhar crente e piedoso;
moribundos por enganos
em vendaval ruinoso.

Setúbal, 09/01/2012
Inácio Lagarto

Sem comentários: