sábado, 15 de fevereiro de 2014
NÃO CORTEM A FOLHA AO TREVO
"Não cortem a folha ao trevo
nem a raiz à serralha;
São o sustento do homem
em ano que não há palha."
De alto cantam ganhões
quando gritam no matagal;
usam lábia maquinal,
fazem crescer os papões...
com promessas de burlões!
caminham com ar de relevo,
mestres de cena e enlevo
saúdam o "Zé - Povinho".
Ao trocarem cravo por espinho...
não cortem a folha ao trevo.
Bela planta leguminosa
habita em prado verdejante;
quatro folhas segue errante
dá sinal a sorte famosa,
serve de pastagem gostosa
...mata a fome a quem trabalha!
É mesinha na batalha
...cura na vida o sofrimento.
Não cortem o pensamento
nem a raiz à serralha.
É linda a Natureza!
Mostra frescura nos vegetais.
São dois benignos rurais,
tão pobres...criam riqueza.
Dispersos, espalham grandeza,
cozidos na água se comem
mas, no espaço não se somem;
filhos de solos e montados
adornam, sonhos abandonados...
são o sustento do homem.
Em tempo que mundo escurece
dão mimos, beijos de graça
à terra que o solo abraça,
quando o perigo aparece.
O Grande Campo não esquece...
harmoniza dura falha!
Ultrapassa forte muralha
de crueldade e dano;
salva o destino humano
em ano que não há palha.
Inácio Lagarto
Setúbal, 14/02/2014
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