«Não vejo senão canalha
De banquete p´ra banquete
Quem produz e quem trabalha
Come açordas sem "azête" »
Sem pedir p´ra ter nascido
começa cedo por lutar;
vida levada a pastorear
com futuro indefinido.
Semeia pão merecido,
de corpo erguido sem falha;
dorme em cama de palha
para que outro crie riqueza...
ao explorar tanta pobreza
não vejo senão canalha.
Nesta cruzada da vida
querer e ter não faz mal;
o homem vive desigual,
sua força é vendida...
entre silêncios perdida!
Serve no tempo de joguete
...pago a preço de alfinete.
O rico vive da jogada,
mora em casa apalaçada
de banquete p´ ra banquete.
De terna melancolia,
com mente destroçada,
a esperança é guardada;
quer acordar, novo dia
...abra portas à alegria.
Bebe o vinho da talha,
habita no meio da tralha,
vê roubado seu sustento;
usurpado no pensamento...
quem produz e quem trabalha.
Do luar brilha a luz
e do campo a liberdade;
à tarde canta a saudade
que guia pesada cruz,
com fracos lucros e nus.
É de trapos o tapete,
feito de cinza o sabonete;
vende a fruta do quintal,
a batata e o vegetal...
come açordas sem "azête" .
Setúbal 2014
Inácio Lagarto
domingo, 15 de junho de 2014
sexta-feira, 13 de junho de 2014
DESALENTO NA GUARDA
Dia de Camões, de exaltação,
Portugal navega perdido...
a estrela sente cansaço!
No mar navega a ilusão
no barco de pesca vendido
para que Povo esqueça laço.
Quem na Guarda treme com medo
entre comendas no peito...
mostrando sonho frio e doente.
Do vento que sopra traz segredo
sábio do templo eleito
na bruma, arrefece a mente.
À luz da alta incerteza
assina despachos sangrentos
contra humildes escravizados!
Lágrimas molhando a tristeza,
páginas do lucro...lamentos
valores aos irmãos roubados.
O pobre luta na dureza
no trabalho. com alegria;
sem fé no cavalo a correr...
guiado por força, sem pureza!
Sem sentimento de harmonia
na liberdade e no vencer.
Setúbal, 10/06/2014
Inácio Lagarto
Portugal navega perdido...
a estrela sente cansaço!
No mar navega a ilusão
no barco de pesca vendido
para que Povo esqueça laço.
Quem na Guarda treme com medo
entre comendas no peito...
mostrando sonho frio e doente.
Do vento que sopra traz segredo
sábio do templo eleito
na bruma, arrefece a mente.
À luz da alta incerteza
assina despachos sangrentos
contra humildes escravizados!
Lágrimas molhando a tristeza,
páginas do lucro...lamentos
valores aos irmãos roubados.
O pobre luta na dureza
no trabalho. com alegria;
sem fé no cavalo a correr...
guiado por força, sem pureza!
Sem sentimento de harmonia
na liberdade e no vencer.
Setúbal, 10/06/2014
Inácio Lagarto
sexta-feira, 6 de junho de 2014
QUASE DIA
A noite acalma, junto às pedras da calçada,
embalada pela brisa numa lufada;
os silêncios com as estrelas se deitam,
aguardando o brilho da alvorada
para que medos,irados, desapareçam.
Naquela janela sem luz
o sol teima em entrar
por entre as frestas das persianas!
Novo sonho tranluz
...cresce o acreditar
nas ilusões lusitanas.
O cansaço e a luta falam,
esgrimem promessas de vida!
A força do grito calam
da sombra que vive perdida;
a mão segue estendida
à paz sempre negada,
na curta caminhada
elevam-lhe a dor sentida.
Sonham corações sonhando
iluminados pelos pensamentos;
seivas da cobiça germinando,
troncos do tempo desfolhando
sem consciência nos lamentos.
Setúbal, 02/06/2014
Inácio Lagarto
SEIVA DA VIDA
Criança desabrocha no jardim da vida,
seiva gerando, criando amores;
sonhos voando em liberdade,
alegria acesa que o sol convida
às mãos dadas de todas as cores.
Irradiam prazer as belas flores
que calam o silêncio da saudade.
Sementes que brotam na alvorada,
na força do tempo florescem...
na rua, na escola e nos natais,
de roupagem a não esquecer!
Só a hora será mudada
e os tesouros permanecem.
A idade e o querer são iguais
neste grito ao aprender.
Criança é luz, chama a arder,
fruto e alma no lutar;
é livre, sã no partilhar,
sucessão ao desejo, no viver...
caudal da fonte escondida,
grandeza da existência no brincar
onde a Vida é mantida.
Setúbal, 28/05/2014
Inácio Lagarto
UMA FOTO, UM POEMA
Uma foto, um poema
dão ao imaginário o sonhar!
A graça da criança brincando
reforça no jovem o dilema
e alimenta no adulto...o conquistar.
O tempo corre cobrando
silêncios que ficam por rimar.
Acordados, subimos a escadaria,
no espectáculo da vida
onde se alberga a utopia...
entre mistérios e miragens!
Arquitectamos mil projectos
no meio de verdes ramagens,
em que as nuvens são os tectos
ao sol quente, um abrigo;
do raio forte e tenebroso
lançado à Terra seu umbigo,
com gesto amargo e nervoso.
Uma foto, é profunda amizade
duma ciência correcta,
fortalecendo o pensamento;
ilumina a serenidade
projectada em linha recta,
gravada em feliz momento
Num Poema...Sem Idade.
Setúbal,20/05/2014
Inácio Lagarto
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