sábado, 24 de setembro de 2016

FOLHAS DE OUTONO


Praias de verão foram embora,
calmo outono regressou.
Vamos calcorreando a rua
amarrados à ilusão...
procurando novo rumo!
No porvir que flutua
ondeamos na razão;
na candeia que lança fumo
da luz, quente, que se apagou.

Sentado, no silêncio, meditando...
sobre o gelo que nos rodeia,
num mundo em convulsão!
Neste Tempo gelando
na brisa que nos enleia
ofuscando, virtudes do coração. 

Crepitam do Globo misérias
...objectivos traídos. 
A filosofia cala os sonhos
defendendo direitos de alguém.
Aos Povos, tiram-lhe as "férias",
campos seguem esquecidos
como o mar, são risonhos!
A fábrica perde seu bem.

Verdes ramos do sonhar
aguardam belo florir
das árvores frondosas;
renovam fértil brotar
com folhas caídas no sentir!
Enchem a taça do prazer,
daquelas esperanças ditosas
que os lábios possam beber.


Setúbal, 23/09/2016
Inácio Lagarto

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