AFAGANDO A VIAGEM

Como gente que vagueia,
nesta estrada perdido!
Segue na dura incerteza.
Pela conquista anseia,
vai julgando o sentido...
impulsionado de pureza.

Vive no tempo cansado
agarrado às memórias!
Por magia enraizada.
Cumpre o destino traçado
entre perdas e vitórias...
numa aliança enfeitada.

Pudesse o Homem compreender
as tristezas e amarguras!
Desabafos da mente.
Decerto que poderia ler,
nos Livros da Vida, as ternuras...
de alguém com amor presente.

Alma de grandeza a vibrar
numa doce tentação!
Como a luz que ilumina.
Trazia o futuro a enfrentar
naquele nobre coração....
pela verdade divina.

Pedia desculpa ao mundo
por quem esquece os valores!
Guiados pela voragem.
Sente! Um desgosto profundo!
pelas mãos de prantos e dores...
afagando a viagem.


Setúbal, 22/02/2018
Inácio José M. Lagarto