P R I M A V E R A
Bem sei que és composta de flores,
os campos cobertos de verdura;
não esqueças a vida, os amores,
acaba com esta crise sem ternura.
Deixa sorrir a terna aurora
em toda a sua fina pureza;
o filho sonhado te adora,
amante querido da Natureza.
Por ti a vivência suspira,
engloba carinho e prazer;
o fresco, belo perfume inspira,
contigo unidos, iremos vencer!
O mundo segue açoitado
caminha no tempo em pesadelo;
o povo de corpo desanimado
perde a luta diária, o bom zelo.
Com ele sofre a caminhada,
mente, saúde, bens da sorte;
dia de trabalho e de noitada,
torna-se fraco jamais forte!
Quer recuperar beijos e abraços,
aquecer a palavra sentida;
voltar a estreitar afáveis laços
entre cante, poesia, frase erguida.
Setúbal, 05/04/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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