sexta-feira, 3 de abril de 2020

LIVRE COMO A CEGONHA




Quero ser livre como a cegonha,
voar, voando em liberdade
sem lei escrita que tal imponha, 
mirando de longe a maldade.

Lá do alto olha a terra e o luar,
percorrendo distâncias sem fim;
no ninho tem filhos para alimentar,
enfrentando o temporal assim.

Agasalha-se da nuvem escura ou clara,
depois do medo vem a alegria
porque faz desenvolver a seara,
o despertar do novo dia.

Este Abril, de paz, força e querer
jamais será, no homem, esquecido;
a partilha da conquista a renascer
entre um vírus rebelde perdido.

Quero viver, agarrar o destino,
saciar-me na paisagem e nas fontes;
não estar vigiado como clandestino,
voltar a cheirar o alecrim dos montes.

Passear a mente, sentir a aragem,
na água salgada poder mergulhar.
Hoje não passa de uma miragem,
seremos mais fortes a festejar!

Setúbal, 04/04/2020
Inácio José Marcelino Lagarto




 


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