terça-feira, 31 de março de 2020

FILHOS DE MARINHEIROS



Dobram-se joelhos ao céu
pedindo a Cristo protecção
sofrendo como Ele a própria dor;
velam sonhos desfeitos,
nesta Páscoa sentida -
silenciada,
jamais esquecida!...
Em turbulenta caminhada
pela prisão do amor.
Aguarda-se de Deus um milagre
sobre a pandemia no mundo
deixando o pensar moribundo.
Relembramos os espinhos e a cruz,
no dia fez-se escuridão;
acendeu-se uma nova luz,
conquistando o homem e o perdão.

Havia sol e trovoada,
depois a Terra ficou serena
pelo sopro da nova aragem.
Ao tormento veio a madrugada,
a voz na vida tornou-se plena
entre rosmaninho na viagem.

Vamos superar este momento,
com esperança, inovação,
saber e criatividade.
Lançamos as velas ao vento
como as naus na partilha, paixão,
a bem da comunidade.

Neste longo jardim à beira mar
sabemos transpor os nevoeiros,
com Deus unidos no trabalhar!
Somos filhos de marinheiros.

Setúbal, 01/04/2020
Inácio José Marcelino Lagarto 

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