Bonito dia que nos consola vendo o sol,
cujo vírus, sempre atento, ataca;
preso em casa, leio sobre futebol,
olho à distância o barco como farol,
tudo ignora e no cais atraca.
Aproveito tão terrível momento
admirando a paisagem de longe;
atrás da janela esqueço este vento,
faço ginástica no pavimento,
sigo as regras ditadas, como um monge.
Penso na vida e futuros desejos,
divago por tristeza e harmonia;
no carinho do abraço e beijos,
aprisionados… sem festejos,
actual crise condiciona a fantasia.
Mergulho no mar sonhado,
pinto um quadro, deste tempo real;
não falta castelo abandonado
entre arvoredo desnudado
que foi honra e glória de Portugal.
Não martirizando a mente
dedico-me a escrever, ao estudo;
à caminhada jamais sou indiferente,
controlo o perigo solenemente
a fim de vencer a batalha, ser sortudo.
Sou homem de mãos calejadas,
partilho com a vila e a cidade;
do aprender em aulas trilhadas
e com querer trabalhadas!...
Acredita na esperança e bondade.
Setúbal, 28/03/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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