A primavera das flores
Com alegria vem-nos visitar;
Convida todos os amores
Irem ao campo caminhar.
Com o sol no seu raiar
O povo fica extasiado;
Fixa no belo o olhar
Pelo sonho perfumado.
Abrem-se portas e janelas,
Deixam entrar a beleza;
Passeiam homens e donzelas,
Falam sobre cura, da Natureza.
O verdejar florido cintila,
Faz esquecer o pesadelo;
Cobre de mil cores a argila
Com tapete de carinho de zelo.
Calam silêncios e gemidos
Nesta Terra de longo mar;
Que são no tempo sentidos
Aos ais e seu trabalhar.
A palavra dorme na sombra
Entre medos no pensamento;
Vai saltitando da penumbra,
Torna em escrita no momento.
Trava lutas contra a traição,
Romeira de alma cansada;
Labuta pela ternura e razão
E pela conquista anunciada.
A primavera real existe
Todos os anos na viagem;
Vai, regressa e persiste
Para renovar a paisagem!
Setúbal, 20/03/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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