segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

O TEMPO BRINCA ÀS ESCONDIDAS




O tempo brinca  às escondidas
Quer findar com terrível pandemia;
Planeiam-se novas guerras sentidas,
Entre povos de fronteiras erguidas,
Em nome da paz e da economia.

A chuva, não rega os densos montados,
Esquece-se da verde e florida primavera;
Os sons musicais caminham magoados
Sem fortalecerem nascentes e gados,
Alimentam o sonho de triste quimera.

A ronda de outros séculos vagueia
No meio deste  belo jardim em flor;
Novo futuro de ódio, cobiça planeia,
Criado por sementeira, promessa alheia!
Memória de abril pela saudade.
 
As fontes e os riachos estão a secar
Sem que a nuvem negra venha acudir;
O rio deixou a margem de alagar,
A barragem começa a soluçar
Não vê a terna corrente, presa, a subir.


Grita-se em delírio por vendaval,
Um março molhado e venturoso;
Com a ajuda de Deus Divinal
Que regue o campo e o olival,
Todo o povoado, tapete majestoso.

Com risos e esperança no espaço
Que embalam os quentes corações;
São sinais girando como um abraço,
Acordando a alma da dor, do cansaço!
Voltar a acreditar nas emoções.


Setúbal, 21/02/2022
Inácio José Marcelino Lagarto

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