segunda-feira, 27 de junho de 2022

A OLARIA

 




Extraído o barro da terra
Com picareta ou enxadão
Escolhendo a qualidade.
Quanta experiência encerra
Derregá-lo entre paixão,
Temperá-lo com crer e bondade.

Pisar o barro com os pés
É preciso ter engenho e saber
Até ficar pronto a trabalhar.
Derrubar aquele monte de lés a lés
Sobre o chão sempre a estender
Vai à roda do oleiro para moldar.

Na bancada, retirada a impureza,
Com as mãos e dedos em harmonia
Fomentando textura para criar.
Constroem-se pinos com firmeza
A fim do artista elaborar a fantasia
E as lindas peças poder mostrar.

Com água e mente conjugadas
O mestre desenvolve a criação,
Depois voltam ao torno para adornar,
Levam asas, motivos alegres, são pintadas,
Com fraterno amor do coração!
Secas vão ao forno para cozer e vidrar.

Suas mãos hábeis são divinas,
No mundo um fiel operário,
Um inovador livre à conquista!
Na luta pela vida nas oficinas
Tudo o que o cerca sai do imaginário
Como um belo troféu à vista.


Setúbal, 27/06/2022
Inácio José Marcelino Lagarto


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