segunda-feira, 9 de março de 2009

BARALHOS DE CARTAS


Somos baralhos de cartas,
Tão unidas para jogar;
De mentes , nem sempre fartas,
No perder ou no ganhar.

Sai do «naipe» nova jogada.
Com ela, o erro ou, o sonho
Lembra longa caminhada,
Como o medo, não é risonho.

Traz esforço, desejado,
O momento é divertido;
Surge de truque misturado,
Deixa a alma sem sentido.

Nele, buscamos o prazer,
Vemos a vida florir;
Lutamos, por nada ter,
Cai uma lágrima a luzir.

Algemados por companhia,
Naquela mesa a girar;
Nasce no tempo a nostalgia,
Ficamos suspensos no ar.

De boca e dente a ranger,
O corpo fica a flutuar...
Partimos!... Sem nunca o saber
Ou, somos bálsamo, a vegetar.


Setúbal, 06/03/2009
Inácio Lagarto

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