domingo, 31 de janeiro de 2010

O SENTIR DO POETA


Ele ama a noite e não sossega,
Os seus sonhos são de evasão;
Quer criar quando o luar chega
E a claridade não renega...
Escreve na pesada meditação!

Passada a nuvem obscura...
O sentir do poeta produz!
Renasce a luz, bela e pura,
Duma vida de amargura....
A novos caminhos conduz!

De poemas inacabados
Olha para além da visão;
Vê os irmãos revoltados
Porque no tempo são roubados,
Pelos párias que lhes negam o pão.

Divaga em jardins de amores -
Intercede pelo oprimido;
Escuta a voz dos horrores
E pinta o mundo de flores,
Com o coração estremecido.

O poeta não quer morrer
...Pensa deixar sua memória!
Uma parte do seu querer,
Naquela palavra a correr
Para o rio da vitória.

A corrente é cintilante
Que deixa a alma a brilhar;
A escrita é boa amante
Por ser dócil, segue errante
E erguida, vai encher o mar!


Setúbal, 23/01/2010
Inácio Lagarto

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