quinta-feira, 22 de abril de 2010

É MUITO TEMPO


Somam dois anos de saudade
Corre o tempo amargurado
Vai aumentando o terror.
Neste cais da humanidade
Em que um dia fui ancorado,
Junto ao jardim em flor.

Ó meu Anjo protector
Belo clarão purificado
...Pirilampo quedo sem chama?
Fugiste de mim com furor
E porque me tens abandonado...
Quando meu corpo por ti clama!

Meu caminho ficou chuvoso
Trouxe silêncio à viagem
E o céu tornou-se escuro.
Rola presente duvidoso
No vazio, resta a imagem
Fiquei escravo do futuro.

Luto na luz contra nevoeiro
Sou anfitrião da própria ausência,
Dentro da frágil fortaleza.
De coração débil e verdadeiro
Procuro abrigo na existência
Para honrar tua beleza.


Setúbal, 20/04/2010
Inácio Lagarto

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