segunda-feira, 20 de agosto de 2012

NÃO SE APAGUE A MEMÓRIA


Não sendo um hábil profeta
sonho com a paz futura;
estamos galgando nova meta
queremos fugir...à escravatura!
Recordo tempos passados
do homem de alforje ao ombro,
pisando calçada da rua
com o rosto de assombro.
A vida não era só sua,
era do clã a sofrer;
da esmola vinha um trocado,
de peixe e carne, algum bocado,
para a fome esquecer.

Iam à praça amontoados
à espera do leilão;
na escolha abençoados
como gado do patrão.
Sobravam os resignados
no grupo, nesse dia;
alguns eram levados
por terem força e magia.

Não se apague a memória
nem se faça escuridão;
das imagens tenebrosas
que o ontem escreva história
por um naco de pão,
em angustias lacrimosas!

Setúbal, 20/08/2012
Inácio Lagarto

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