quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

PESADA ENCRUZILHADA



Ao folhear o pensamento
abri a mente...computador!
Visitei passado e memórias,
segredos, registos lavrados no momento.
Reli com saudade, tempo que foi embora,
adolescência sonhada e ferida
em que povo, pago a vinho e pão,
era escravo sangrando;
sem direito a lamento
e ao parco soldo do patrão.

Folhas guardadas em ficheiros,
medos da alma no labutar,
sempre à espera da razão...
com fé e esperança em novo dia,
nas grades que foram derrubadas!
Celas abertas à liberdade e condição.
Jardins floriram, cresceu  a igualdade,
deram sementes... às Vidas cansadas.

Após vitória e alegria
a cobiça foi aumentando...
nesta pesada encruzilhada!
Direitos são trocados, perigos em aberto,
emprego perde fulgor;
férteis campos abandonados,
fábricas fechando, mar vendido
e a angústia mora perto...
por sensibilidade distraída
deixando face molhada.

Naufraga barco sem vela
segue rota sem destino!
Clamam ao sol, ao luar,
aos sacrifícios e visões
aos nobres braços desta Terra...
não sigam viagem sem tino
enchendo cofres dos vilões.

Setúbal, 30/01/2014
Inácio Lagarto

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