DESAFIANDO O PERIGO

FOTO RETIRADA DO GOOGLE)

Quem olha a Vida mesquinha
não tem medo das montanhas,
sequioso por aventuras.
Segue no espaço e caminha,
agarrado às façanhas
criando...belas esculturas.

Mede forças com firmeza
almejando sonho real;
vence receios com coragem.
Desafia a Natureza,
luta com o bem e com o mal
dançando ao som da aragem.

Escala forte rochedo
entre o céu azul e o mar
cujos fracassos são fatais.
No contemplar em segredo
com coração a palpitar,
vai calando os tristes ais.

Na procura da liberdade,
no Universo voando...
a chama não se apaga.
Brilha a luz da vontade,
o sonho fica abraçando,
sentir e orgulho afaga.


Setúbal, 27/09/2015
Inácio Lagarto

......

Desfazem-se as primaveras
no voz e alma dos marinheiros;
bandeiras e festins são quimeras
que trepam no tempo como as heras
com novos e falsos troveiros.



Setúbal, 25/09/2015
Inácio Lagarto

TERRA TOSCA E DURA

TERRA TOSCA E DURA

Com picareta e martelo
vamos reconstruindo o mundo
em árduas gerações renovado.
O sonho longe da solução,
por cobiça que vem do fundo,
deixa o canteiro alagado
com gemido e lamento.
O calvário não é belo
num silêncio em tormento
que toca o coração.

A terra tosca e dura
pela glória não termina
ansiosa de mudança.
Com alma e mente pura
contra o destino germina.
Quer perfumar a confiança,
beber da água cristalina
 criando espaço e formosura.

Corpos tristes e suados
são banhados no sentir,
alagando a existência.
Fortalecem na frescura
como pães, em mãos moldados,
duma semente a florir!
Magia do tempo, da ciência,
do trabalho feito com ternura.

Falam com forças da Natureza
alertando dos perigos novos;
dão conselhos com firmeza
ao sonhar que extasia os Povos.


Setúbal, 25/09/2015
Inácio Lagarto

.. . . .

Nas rajadas do forte vento
agarramos a vontade.
O sol aquece o sofrimento
no silêncio, no momento,
aconchegando a saudade.


Setúbal, 22/09/2015
Inácio Lagarto

CORAÇÕES UNIDOS

(Bocage e Magali)

Bocage, felino espertalhão,
fiel e hábil caçador.
Feliz, meigo na afeição,
 na mansidão...um sedutor.

Magali , doce donzela,
vaidosa na alegria.
Cachorra calma e bela
na partilha, do dia a dia.

Ternos corações unidos,
brincalhões sempre animados.
Na viagem enriquecidos,
lutadores apaixonados.

Tudo é tanto. nada igual,
tanto é tudo no bem estar.
O pouco é muito se afinal,
o muito é pouco ao doar.

Como sonhar pode ser belo
no jardim da amizade.
Tanto carinho é bom tê-lo
sem raça ou igualdade.

O tempo comanda a vida,
na vida...floresce o Amor.
Na memória é esculpida
esperança e luz numa flor.

Setúbal, 22/09/2015
Inácio Lagarto

DESEJO FRATERNO

Há um desejo fraterno
de quem vive, quer amar;
trabalhando... o sonho conduz.
Recorda peito materno,
com doçura soube criar
e na chama acender a luz.

Setúbal, 14/09/2015
Inácio Lagarto

MUSAS DO SADO

(Musas do Sado)

Musas do Sado acordai!
Beijem a Cidade, o Rio,
a Serra vivendo da Natureza
e o sol que aquece a mente.
Vosso sonhar levantai...
contra a corrente do frio,
da fábrica que já lá vai.
O trono é de beleza
dando abrigo, ao barco e ao navio,
de glória permanente.

As casas matizam sorrindo
com as flores que brilham na terra;
alegram saudosos bairros
com arvoredos verdejantes.
A traineira vai partindo,
a bandeira da vida descerra
para os filhos e amparos
dos lares. Amantes
submissos ao destino...
no dever que estão cumprindo.

Bocage e Poesia aqui moram
ao tempo, semeando amores;
com Luísa Tody, no canto imploram
aos pescadores, com redes choram,
que colham...boas graças e louvores.


Setúbal, 13/09/2015
Inácio Lagarto

.......

AMIZADE

Na partilha da amizade
há muito a dar e a receber.
Ouvindo a voz da verdade
bebendo força e vontade,
conquistando novo saber.

Setúbal, 15/09/2015
Inácio Lagarto

ALMOÇO DE CONVÍVIO

Há um musicar do povo
na voz do Poeta a brindar;
o Fado com ritmo novo
convida Bocage a almoçar.

Luz quente na melodia
aquece silêncio no cantar.
Vai embalando o dia
 dando sentido ao Sonhar.

A alegria acarinha
nesta paz junto ao rio;
a mágoa fica sozinha
perdida, no triste frio.

O Amor que é da casa
mora no nosso destino;
traz o calor duma brasa,
ilumina porque é divino.

Vem-nos dizer o que sente...
fica divagando na Vida;
quer abraçar o presente.
É a Poesia florida.

Na caminhada da razão
neste orvalho da tarde;
o bater forte do coração
acoita a amizade que arde.


Setúbal, 15/09/2015
Inácio Lagarto

Na Vida a existência
vai rolando e é regada;
pena que na consciência
alguns pedem  paciência 
a quem produz e deixam nada.

Setúbal, Setembro, 2015
ILagarto

ABRAM PORTAS DAS PRISÕES

(Foto retirada do Google)

                                                          
               Mote
Abram portas das paixões
num País renovado
soltem todos os ladrões
o Povo anda algemado.

                  I

Com os campos por lavrar
neste tempo de enganos
deitam fora os planos,
com o Euro a dominar.
A miséria a voltar
entre promessas e pregões,
suspiram por eleições
criando falsa verdade.
Dêem alma à liberdade!
Abram portas das prisões.

                  II

Tecnologia avançou
Internet trouxe certeza;
na cobiça e avareza
o pobre embriagou.
O rico acumulou
come deste Mercado,
com capital roubado
ordena o que lhe convém.
O homem foge do bem
num País renovado.

                    III

Em Palácio alcatifado
trazem riqueza das raízes;
com amigos são felizes
cada um, não é culpado.
O fruto foi alcançado
semeando doces melões
lendo versos de Camões.
Para culturas crescerem
no paraíso viverem...
soltem todos os ladrões.

                     IV

Terra não é lavrada
Industria arruinada,
o jovem tem de emigrar.
De voz sem se calar
diz adeus à sua amada.
Pela Pátria condenado
sente-se humilhado;
preso pelo que produz
de mente e sonhos na cruz,
o Povo anda algemado.



Setúbal, 08/09/2015
Inácio Lagarto

. . .

Cansa pensar na madrugada
dos castelos que estão dormindo;
na meditação da alma alheada
à flor que foi desfraldada
e do sonho que vai partindo.


Setúbal, 07/09/2015
Inácio Lagarto

COMBOIO DA VIDA

                                                            (Foto retirada do Google)


Olho o álbum do pensamento
vejo luz a cintilar em chama ardente.
O que alegra ou traz tormento
palavras que consolam o momento
fios soltos...como corrente.

A Vida que nos irmana
no nascer e ao morrer
esquece, na essência a confiança,
o amor tão fecundo;
deste mar que nos ufana.
Com a terra faz aliança
pela força do vencer!
Hoje, justiça dura, no mundo.

Quero viver, ter meu espaço,
sentir a liberdade.
Como cascata, livre no traço,
sorrir e amar com vontade!
Abrir a janela ao Sonho;
mergulhar no tempo risonho,
ao destino...dar um abraço.


Agarrar o comboio da vida,
ouvir os sons da Natureza;
o cantar alegre das crianças,
o chilrear das aves.
Limpar sombrio nevoeiro
que esconde a estrela ferida
ofuscando a pureza
...gelando as esperanças!
Roubando as velhas chaves
neste universo...por inteiro.



Setúbal, 07/09/2015
Inácio Lagarto

. . .

Quem te uniu e fez português
deu luz ao mundo sonhando.
Caminhada no tempo se desfez.
Esperança do Abril... está voltando.


Setúbal, 01/09/2015
Inácio Lagarto

CORTE

                                                             (Foto retirada do Google)



Feridos nos bolsos, cansados
somando anos...vida grisalha.
Sonhos presos numa muralha
bradando em ais...roubados.

O mestre tempo a traçar caminhos
Escuta o murmúrio das aragens.
Abriga negras aves em ramagens
deixando homens tristes e sozinhos.

De cores vivas e iluminadas
dão voz às frases com alegria.
Fomentam com vaidade, novo dia
secando lágrimas derramadas.

A Corte estremece colorida!
Fleumática serve o banquete.
De fruta, promessa e presente...
Se a glória for a escolhida.

Ó Cidades, Vilas e Aldeias -
Povos, corações de sangue quente.
Limpem o nevoeiro frequente
Do tecer tenebroso  das teias.

Imagem sofrida foi beijada
com armas de carícia e Amor.
Floresceu em tão belo esplendor
naquele romper da Alvorada!



Setúbal, 31/08/2015
Inácio Lagarto