MEMORIAS DE UM VIANENSE
Só o meu amigo e primo João Vieira me obriga a escrever
textos de prosa, já que a Poesia é o meu caminho. Mas,
as memórias são porta - voz para as gerações futuras
e a Internet é um veículo, um desafio sem fim.
Esta estória está guardada na mente e não no computador,
por isso desculpem os leitores se algo foi esquecido.
Recordo, sem excepção, o povo trabalhador do concelho
de Viana do Alentejo - minha terra natal -tais como artes
e ofícios, artistas, comerciantes, mulheres e homens de
trabalho árduo, todos criadores de riqueza, entre eles os
padeiros, os Abegões, carpinteiros, ferradores, ferreiros,
latoeiros, mecânicos, pedreiros, sapateiros e os trabalha-
dores agrícolas.
Lembro, com emoção, a tradicional olaria, mestres oleiros
e os chocalheiros, homens simples, criativos no seu labor.
Deram nome a este Concelho e à criação, em Viana do
Alentejo, de uma Escola de Olaria - denominada de
M
édico de Sousa. Muito dos Filhos do Concelho e
arredores, frequentaram-na com amor e dedicação.
Para alimentar o tempo de lazer, desdobravam o conheci-
mento com as Filarmónicas e Bandas de Música, participando
em concertos, procissões, bailes e romarias.
Quanto fica por contar desta zona agrícola e de hortejos, pela
riqueza dos bons produtos aqui produzidos: - o trigo, o azeite
e doces laranjas; a cortiça, o carvão de lenha e o seu fértil e
extenso montado.
Belas fontes, de água límpida, a brotar.
Um conjunto de valores, dando movimento a tecnologias
que fazem o tempo correr.
Ávido de sucesso, corre o Homem, no mundo, para satisfazer
vontades e objectivos... a verdadeira Poesia dos Povos.
Setúbal,28/01/2017
Inácio José Marcelino Lagarto