quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

SEIVA ALENTEJANA


(Dordio Gomes)

 
Trago no peito seiva do sobreiro
plantado em Solo Transtagano.
Pisei terra molhada...
amassada com lutar!
Numa Família de trabalho.
 
Queimei lenha do outeiro!
Com sensação, ar ufano,
ceifei seara espigada.
Jovem, com ambição, sem nada
vi cozer louça ao borralho.
 
Fui músico, barrista, estudante,
embalando o imaginário;
um paisagista errante
...sou igual ao semelhante!
Para memória, fui bancário.

Évora, Templos Sagrados beijei,
ruas e becos palmilhando!
Praça do Geraldo abracei...
forte cruzada sonhando.

Em Setúbal, olhei o Sado,
Bocage, Poeta de eleição
bafejou-me a Amizade,
neste jardim a florescer.
De olhar fixo e a nado
mergulhei, em águas do Outão.
Voltei aos bancos da escola,
em Bela Baía com saudade...
já sem bibe nem sacola
procuro no Tempo, o Viver.



Setúbal, 25/01/2017
Inácio José M. Lagarto

 
 

 


 

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