quinta-feira, 9 de março de 2017

MEU SONHO, MEU VIVER



                                        
  
Construi meu sonho, meu viver!
Esqueci-me, no tempo, do isolar...
contra surpresas do amanhã,
talvez, por culpa do mestre pedreiro.
Tem mármores polidos, com cores de prazer,
lances de escadas, longos, para sonhar!
Dando vindas, esperanças ao clã.
Parece um palácio, um mosteiro.

Com nicho, espelhados na entrada
e no tecto nervuras ogivais;
não falta o minarete  para o sol e luz
nem parapeito, com ameias, ao namorar.
A madeira embutida calculada
de perspectivas, ao horizonte , iguais
em renascimento, do belo, nos seduz.
Torres de menagem para o mundo desbravar.

Agora, o arco do triunfo começa a quebrar,
o arquitecto, já usado, sua obra é escrever!
As ameias, ao temporal, desaparecendo,
o ladrilho do pátio muito pisado.
A colunata, com maré, a enferrujar,
o encordoamento, sem força, a torcer...
castela do brasão imagem perdendo
...abraçam caminho que foi caminhado.


Setúbal,09/03/2017
Inácio Lagarto


 
 

 


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