quarta-feira, 24 de outubro de 2018

BEIJANDO A NATUREZA



No calmo Parque, Lago do Bonfim
admiro o palpitar, sinto a pureza;
resignado ao tempo que passa por mim
desfruto do belo da Natureza.

Num vaivém o caminheiro
circula, a luz dá-lhe passagem;
a água sobe e desce em chuveiro
e a nuvem no céu mostra nova imagem.

Vejo a criança na relva a brincar,
os pombos arrulhando no espaço;
jovens estudantes em doce namorar
partilhando o sonho em terno laço.

Horas tardias e o vento ruge
neste outono de fortes emoções;
um casal, mais idoso, ali surge
vêm aquecer os corações.

Ao lado, palavra afinada
dando balanço ao labor do dia;
falam da vida, sonhada passada
com orgulho, claridade e magia.

Na mesa do café lêem o jornal
de telemóvel preso na mão;
Olham a filmagem, livre e virtual,
divagando...procuram a razão.

Numa caminhada sonora
vibram passos murmurantes.
Terminado o dever, chega a hora!
O lar e os abrigos ficam distantes.


Setúbal, 23/10/2018
Inácio José Marcelino Lagarto





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