quarta-feira, 10 de outubro de 2018

ORIGENS



É sensível falarem de nós
pela criação visível vigente
do poema dito ao som da voz!
Escrito em palavra eloquente.

Filho de Oleiros com ritual,
de humildade por companhia;
modelavam o saber por igual,
pintando o sonho com Poesia.

Ao serão, soprava a ficção
com Cante acompanhada.
Aqueciam-se ao calor do chão,
lendo estória fantasiada.

Ouvia-se o pregão na rua
entre a notícia a divagar!
Da existência sofrida e nua
ou da faina mais salutar.

Num impulso sentimental
o homem, comentava a desgraça!
Do folhetim, da rádio, do jornal
sorrindo, pelo enigma da graça.

Sobrava a realidade transversal
sobre a verdade ou o prazer;
lutando o bem contra o mal,
gratificando a força do Ser.

O Povo, cumpria a viagem
 a troco do suor pelo dinheiro;
vendendo a sua imagem 
entregando a vida, ao banqueiro.

Em coro unido, mui sentido
cantou versos de amor puro.
De cravo ao peito erguido
festejou, o Caminhar Seguro.


Setúbal, 10/10/2018
Inácio José Marcelino Lagarto

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