domingo, 31 de maio de 2020

DIA DA CRIANÇA



Ser criança é amar sem condição,
Um palpitar repleto de emoção;
Não limita o tempo sem sentido.
Traz uma estrela no caminhar,
Embalando na vida o sonhar
Num confiar belo repartido!

É pão que vem à nossa mesa,
Luz iluminando a riqueza
Uma voz alegre sempre a sorrir!
Sol  irradiando pelo horizonte,
Água brotando da mesma fonte
Que rega o jardim a florir.

Do mais rico ao pobrezinho
Aconchega carinho no ninho
Para mais tarde poder voar.
Vai  à fábrica ou oficina,
Sem pecado cumpre a sina
E, com idade, constrói um lar.

De olhar brilhante de candura,
Figura ágil cheia de frescura
(Seja ele menino ou menina)
Corre veloz em terna viagem.
Vai formatando a imagem
Através da força Divina!

Já com arte, corpo cansado,
Da fama e dever conquistado
Cujo sonho o ideal inflama.
Aquele nobre, corajoso lutador
Jamais deixa de ser vencedor,
Mantém acesa a árdua chama!


Setúbal, 01/06/2020
Inácio José Marcelino Lagarto


POESIA VIVE COMIGO



Mora comigo a saudade
De tudo quanto aprendi;
A partilha na amizade
Da viagem que percorri.

Levantei os olhos sonhando,
Hipnotizado por horizontes;
Segui a vida desbravando,
Bebendo em várias fontes.

À Terra fiz juramento

De um dia poder voltar;
Registo no pensamento,
Compromisso irei saldar.

Com o coração  atribulado

Caminho em ansiedade;
De destino marcado 
A Poesia a mente invade.

Na vontade de ser gente

Fui modelando o viver, 
Na argila existente
A força do querer e saber!

Palavras, sonhos em silêncio,

Num musicar calmo sem fim!
Com amor os pronúncio
À Beira-Rio neste jardim.

Trago no peito a criança

Que partiu à aventura;
Trouxe com ela esperança 
De criar uma escultura!

Setúbal, 31/05/2020

Inácio José Marcelino Lagarto

sábado, 30 de maio de 2020

A VIDA PASSA DEPRESSA


Olá menina!Dá-me lume!
Estou fumando à janela;
Não estejas com ciúme
Tu és uma linda donzela.

Deixa o livro na estante
Vem comigo passear;
Logo é noite num instante
Para ver o campo verdejar.

Somos
livres de confinar,
Leva máscara sem capuz;
Para que no cabelo ao ar
Entrem os raios de luz.

A vida passa depressa,
Penso nela para futuro;
Antes que o sol desapareça,
Construir um lar seguro.

Mantenho um sonho ardente
Quero alegrar o coração;
Acender a chama na mente,
Aquecer a terna paixão.

Sigo a andar, caminhando,
Sou jovem, tenho virtude;
A idade vou aumentando
E mudando de atitude.

Mitigo força, orgulho, mágoa,
Quanto à forma e fantasia;
Brota no olhar gota de água!...
Também sou filho da magia!

Setúbal, 30/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto  








quinta-feira, 28 de maio de 2020

A PAZ ESTÁ A VOLTAR


É preciso mostrar a verdade
Acreditar no amanhã,
Esclarecer o que é bondade;
Continuar unidos à esperança,
A construir boa confiança
Pensando numa vida sã. 
As tecnologias mudaram 
Os homens falaram
A fim de acalmar o Mercado
Que outrora fora conquistado!

É urgente saber respeitar,
Ouvir a Ciência a aconselhar
Apesar do medo ser diferente,
Consulta a força da mente!
Compreende a mensagem,
Jamais existe vida sem viagem;
Não chorar como arrependido
Ou de sentimento ferido!

O coronavírus não é uma guerra
Com egoísmo cresceu na Terra;
Desenvolve-se entre lamento,
Invade os espaços, pensamento,
Cujo cientista quer eliminar
E com Amor, a Paz está a voltar!

Setúbal, 29/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



LIBERTA-TE!


Esquece a crise que nos enleia,
A Humanidade não tem cuidado
Só colhe o que semeia;
Despreza a Natureza a toda a hora,
Ao temporal implora 
Deixa o campo ardido ou alagado.
Rouba ao ribeiro a corrente
Pelo lucro imaginário presente;
A terra em revolta grita
E sente uma ansiedade infinita!

O povo pede ajuda ao Divino!
Levaram-lhe abraço, beijo de menino,
Fecharam-no  em casa confinado
ou com o rosto amordaçado.
Venham depressa, tragam o sonhar,
Queremos voltar a caminhar
Conhecer lugares no mundo
Sermos livres no amor profundo!

O tempo não é uma quimera,
Não acabem com a primavera
Nem com as Festas Populares
Que fazem brilhar nossos olhares;
Nas sombras alegres dos montados
Também entram viveres cansados!


Setúbal, 28/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto




quarta-feira, 27 de maio de 2020

ABRI PORTAS AO SENTIR


Abri portas ao sentir
Quero dar voz ao silêncio
E falar com a Natureza;
Visitar a Serra do Sebastião da Gama
Olhar de perto o rio e o mar,
A Arrábida, na encosta a florir,
em cortejo auspício
Que completa tamanha beleza. 
Paisagem rica e de fama
Ao Poeta vem o sonho acordar!

Subindo, vou ao Convento

Falo com Frei Agostinho da Cruz,
Cheiro o perfume da Serra,
Visão suprema de magia;
No segredo nas plantas
Sábio no crer do pensamento!
Iluminado pelo céu e luz
Que aquele oratório encerra,
Na ciência, filosofia
Como remédio, curas-santas!

Regresso, caminho pela cidade

Visito o Mercado, Avenida,
Divago com o Bocage ali presente;
Do "Zeca Afonso" canto trovas -
Poeta da Liberdade!
Ergo minha força sentida,
Alimento a terna mente
Entre palavras, tecnologias novas.

Setúbal, reino azul de pescadores,

De traineiras , poetas e fadistas;
De hábeis trabalhadores
Nas fábricas e estivadores,
Gente de Arte, bons Artistas!


Setúbal, 27/05/2020

Inácio José Marcelino Lagarto


segunda-feira, 25 de maio de 2020

OLHEI PELA JANELA


Olhei a rua pela janela
Fechei a porta do quarto;
Lá fora a vida é bela
Procuro o sol de perto.

Desejo no sonho viver
Sentir a sensualidade
Observar o florescer;
Acordar o alvorecer
Partilhando amizade!

Quero rebolar e sorrir
Pouco importa o rochedo;
Há um mundo a construir
Entre a sombra e o medo.

Existe grandeza humana
Na mente conselheira
contra a crise tirana;
O crer do povo irmana
Prá vitória verdadeira!

Vagueia a melancolia 
A ritmo acelerado;
Troca emprego por magia
Deixa o saldo malparado.

Vejo a Terra em expansão
Com tecnologia virtual;
Telemóvel preso à mão
O trabalho pela televisão
Como conquista Global!

Setúbal, 24/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 22 de maio de 2020

ERGUE O PENSAMENTO

Veio como ave de rapina
Silenciou o mundo em geral;
Acompanhado de força ladina
Só não calou nosso ideal.

De cobiça feroz, maldosa,
Com uma fome infinita
Ataca a vida frutuosa;
Traz dor à Pátria chorosa
Esta pandemia maldita!

A ciência experiente
Partilha a  Sabedoria;
De mente consciente
Enfrenta, luta com magia.

A Natureza mostra confiança
Que voltaremos a sonhar; 
No tempo tem esperança
Para um futuro de bonança
É preciso saber esperar!

Ter fé na transformação

Que traga novo salário;
Um evoluir de gestão
Pelo rico trabalho diário.

As vidas estão convidadas

Ao empenho sem tormento;
Como plantas confinadas
Para mais tarde serem regadas
Erguendo o pensamento!


Setúbal, 22/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto  

                          


quinta-feira, 21 de maio de 2020

TERNURA


Não há vida sem sonho
Nem dor que não seja sentida;
Há sempre um rosto risonho
Que vem alegrar a vida.

Vamos cantar à desgraça
Da malvada pandemia;
O viver perde a graça
Ninguém mais se abraça
E sofre de melancolia!

Nesta bela sociedade
Seguimos viagem à condição;
Olhamos de longe a verdade
E o amor do coração.

Acenamos a arvoredos

E ao mundo de quimeras;
Saímos à rua com medos
Repleta de segredos
Em que brilham primaveras.

Com este vírus original
O futuro está marcado;
Jamais tudo será igual
Até muda o nosso fado.

O sol aquece lá fora
À espera da frescura;
O caminho não foi embora
Aguarda a luz da aurora
Para beijar com ternura.

Setúbal, 21/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto






quarta-feira, 20 de maio de 2020

AMANHÃ É VERÃO


Amanhã será junho! Verão!
Passear na praia o toalhão,
Brincar na caminhada.
Ver Santo António, o balão,
Bater o alho na festa de São João                            
Ouvir o som da arruada!

Correr no jardim e pular
Perguntar ao sol e ao luar
Pela criança, sua ausência?
O peixe não deixou de nadar
A primavera sem namorar,
Frescas flores pedem clemência!

A sombra calou o abrigo

Ao sonho, caminhar antigo
Cujo povo ficou confinado.
Volta a dialogar com amigo,
Sentir a voz do mendigo
Que vive abandonado! 

A água da jarra vinda da fonte

Vai dando de beber ao monte
E regando a extensa terra.
Viaja pelo horizonte
Beija o rio e a ponte
Diz adeus à linda serra!

Olha as estrelas luzentes,
Trazem à noite cores diferentes
Acalmando o sofrimento.
No céu alimentam as mentes,
Traçam destinos pendentes
Ao crer, contentamento! 

Setúbal, 20/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       







  

terça-feira, 19 de maio de 2020

A SOCIEDADE PENSA E SONHA



A sociedade pensa e sonha
Na tragédia rara e tristonha,
Sobre ela o mundo chora.
Causa agonia enfadonha,
Bem abusiva e medonha
Surpreende a toda a hora!

Invade a tranquilidade,
Cresce em crueldade
Este surto de pandemia.
Sem escolher sexo, idade,
Está criando densidade,
Muda o existir com magia!

O povo pede com emoção
Ao Técnico a boa solução
Para vigiar este problema!...
Que estudem bem a lição
E devolvam à vida a paixão,
Ilustrando um Poema!

Divaga entre beco e esquina,
Vê o pobre cumprir dura sina
Escondido no arvoredo.
Roubaram-lhe a adrenalina
E sem emprego, oficina,
Palavras lavradas em segredo!

Venham a nós anjos e santos
Alegrar a Terra com cantos,
Dêem à mente inteligência
A fim de calar os prantos;
Proteger-nos com seus mantos
Através do Saber da Ciência!


Setúbal, 19/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto







segunda-feira, 18 de maio de 2020

TEMOS UM SONHO EMPRESTADO


Temos um sonho emprestado
Podemos sair à rua, tem cuidado!...
Está um guarda de sentinela.
Leva o rosto bem tapado
E gel para ser lavado
Ou espreita pela janela!

Olha o  amigo à distância
Cumprimenta com elegância
Faz-lhe adeus na viagem
E assim, satisfazes tua ânsia
Sentes de longe a fragrância
Da árvore repleta de folhagem!

Estás liberto do confinar 
Aproveita, vai  passear,
Saúda o viver imaginário 
Há produtos para comprar
Museus, comércio a visitar
Alimenta tão belo fadário!

Espera para veres Cultura
Futebol com nova postura
Como virtude, glória divinal
Aguardam conduta segura
Respeito por Ciência futura
Para que finda crise mundial!

O dia confunde a noite  
Entre eles surge um açoit
Enfrentam novo desafio
Não há conforto que acoite
nem mente que arrebite
Mergulham em tempo vazio!

Há em todos um cansaço
Falta de carinho e de abraço
À medida que o vírus avança
Brindamos ao terno palhaço  
Faz sorrir em pouco espaço
Acreditar! Ter ESPERANÇA!      

Setúbal, 18/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

domingo, 17 de maio de 2020

O SOL MODELA A ALMA



Com os pés firmes na terra
Quanta riqueza ela encerra,
Doando ao mundo belo viver.
Crescem aos olhares a serra
E porquê vírus ou guerra?
Trazem ao povo fome e sofrer!

Vou pelejando sobre o sonho

Que nem sempre é risonho
Para conquistar um ideal.
A palavra simples componho,
Das imagens disponho -
Pinto-as como paisagem real!

Penso na água da nascente,

Brota experiência da mente
E segue em frente regando.
Alaga o corpo presente,
O tema torna-se diferente
No Poeta divagando!

De esperança, força erguida,

Vamos enraizando a vida
E pelo caminho, caminhando.
Amanhã, obteremos guarida
Para esta voz tão sentida,
Unidos, continuamos lutando!

Na
luz da imensidade
A sombra esconde a verdade,
Torna imortal este momento.
O sol aquece criatividade,
Modela a alma, liberdade
Que falam ao pensamento!

Setúbal, 17/05/2020
Inácio José MarcelinoLagarto

sábado, 16 de maio de 2020

VENTO AGITA E PASSA





Já deixámos de ir à rua,
Da varanda olhamos a lua
Só vemos automóvel a rolar;
Nossa esplanada está nua,
A bandeira do café flutua
À espera do vírus abalar!

O mundo segue confinado,
Em silêncio perde mercado,
Faz renascer outra vontade
No mar antes navegado!
Foi invadido e conquistado,
Roubaram-lhe a liberdade.

Tiram beijo, terno abraço,

À música trocam compasso!
Canta o Artista à janela;
De longe, estreitam o laço,
Vão animando o cansaço
Põem o povo de sentinela!

No meio de tanta miragem

Agradecem à enfermagem
E ao doutor, tamanha bondade!...
Em nostálgica viagem
Surge um sopro na aragem,
Acende a luz da fraternidade.

Porém, vive a esperança,
Bem unida à confiança
Para pôr fim à desgraça;
Após crise vem a bonança,
Com boa liderança,
Este vento agita e passa!

Setúbal, 16/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 15 de maio de 2020

NOITES SONHADAS




Estou um pouco cansado
vou viver no Alentejo
à procura do sol quente
e da chuva consagrada,
sentir o cheiro do barro!
Ver crescer o trigo dourado
aqui de longe não o vejo;
trago a olaria na mente
como o carro e o arado,
o pastor com belo tarro!

Nas horas, noites sonhadas,

bebem e falam sobre a mágoa
os trabalhadores na taberna,
partilham da igualdade
a dura vida, lutar cinzento!
Noticias são apregoadas
por achados ou falta de água,
com voz forte e fraterna;
levam para casa a saudade -
mulher e filhos no pensamento.

Deita-se o serão, o olhar triste,

ficam à espera da alvorada
a fim de alimentarem a pobreza;
por memória, férteis ideais, 
jamais predomina a preguiça.
A caminhada no suor persiste
entre labor, alma amargurada,
por quem cria tamanha riqueza
os salários são desiguais,
ao mundo pedem justiça!

Setúbal, 15/05/2020

Inácio José Marcelino Lagarto

quinta-feira, 14 de maio de 2020

BATE FORTE O CORAÇÃO



BATE FORTE O CORAÇÃO

Dorme sobre meu peito
Uma linda ceifeira
Falo com a minha mente
Junto corpos no leito
Com um livro  à beira
Lendo ternamente!

Quanto custa o sonho
Vaguear no espaço
Fixo olhar sem medo
Entre tempo risonho
E um terno abraço
Reflito em segredo!

Vivo no Largo,Viana
Vou à Feira d´Alvito
Passo por Baronia
O Alentejo sana 
Acordei aflito
Cantei com magia!

Sigo, visito Aguiar
Tenho Évora ali à mão
O Outeiro no alto
Tão perto do lunar
Sinto uma forte paixão
Pulo em sobressalto!

Ouvi o som do chocalho
Que Alcáçovas revela
Desvio pelo Torrão
No Xarrama batalho
Navego no rio à vela
Bate forte o Coração!

Setúbal, 14/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto









                                                         



quarta-feira, 13 de maio de 2020

SILÊNCIO E NEVOEIRO









 



O dia surgiu cinzento,
o sol ficou escondido
em treze de Maio de Maria!
Fátima em reflexão
pela fé, carinho na terra, no mar,
por quem tem o mundo a governar.
Foi reduzido o evento
com lamento,
o povo em casa retido
pelo furor da pandemia;
não visitaram a Mãe da Paixão,
acenderam velas no orar! 

Vão-se perdendo os valores,
a luz não guia o peregrino,
apagou-se entre horrores;
falta salário aos trabalhadores
e na sombra mora o destino.

Há silêncio, nevoeiro,
ao longe, vê-se uma estrela a brilhar,
tem ao colo uma criança
a pensar no amanhã!
Não venha vestida de gelo
e esqueça este flagelo.
Neste amor verdadeiro -
conselheiro,
voltaremos a abraçar
e a olhar, ter confiança
em outra vivência sã
que traga alegria sem pesadelo!

Trazemos às costas o cansaço
junto aos livros da mocidade;
um caderno e um compasso,
vamos moderando nosso passo,
partilhar a fraternidade!

Setúbal, 13/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



    

segunda-feira, 11 de maio de 2020

FILHOS DAS ESPERANÇAS



Somos filhos das esperanças,
seguidos pelos deuses na viagem;
lutamos por troféus como lembranças: 
- amor, trabalho são as fianças
para ilustrarmos a nossa imagem.

Montamos o cavalo na corrida
para alcançarmos metas sem fim;
assim, a cavalgada será percorrida 
e quando for dada como vencida
seremos aplaudidos em calmo jardim!

Neste lindo caminhar quase brilhante,

entre o sol e chuva a acompanhar,
existe um silêncio a cada instante!
Um bater do coração constante,
jamais temos pressa em regressar.

Em paisagem maravilhosa
damos um passeio aventureiro;
com bela companhia gostosa
olhamos, a vegetação frondosa,
despertamos do sono sorrateiro.

Surgem na vida, estradas cruzadas, 
ferem a memória que sofre e sente!
São lágrimas na face afagadas,
podem no tempo serem retiradas
porque o sentir fala com a mente.

Terceira Idade que ao povo concedem, 
pertence ao mundo! A toda a Gente!
Como frutos das árvores amadurecem,
as noites sem estrelas escurecem,
vamos viver em partilha docemente!

Setúbal, 12/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto 


        

                                                                                                                                                     

domingo, 10 de maio de 2020

CORAÇÃO ALENTEJANO

CORAÇÃO ALENTEJANO

Memórias no coração guardo
Da Escola de São João
Cai uma lágrima no olhar
Da amizade perdida
Do Castelo voando
Ali fui baptizado
Crisma e comunhão
Comecei a divagar
Pelo crescer na vida
Mas sempre lutando!...

Dei passos caminhando
Cursei Olaria
Mantive mente acesa
Segui valores
Com Mestre eloquentes
Continuei sonhando
com alma e magia
Vivi incerteza
Despertei amores
Paixões ardentes!

Junto às muralhas brinquei
No Largo vi cinema
Teatro ao ar livre
Na tasca partilhei cante
Em Évora voltei a estudar
Nova luta iniciei
Vencendo outro dilema
Um Curso obtive
De crer verdejante
Setúbal vim beijar!


Setúbal, 11/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto


                                                      






     

PLANÍCIE DE SONHO

PLANICÍE DE SONHO

Viana Concelho belo
Sito no Alentejo
Em planície de sonho
Na encosta tem o Castelo 
Com Évora no olhar
De desejo singelo
Fomenta festejo
Cante risonho
O oleiro é vê-lo
Na roda a moldar!

Nossa Senhora DÁires
Ouve a voz do povo
No Templo pede protecção
Dita o destino
Para lá dos montes
Do Altar sopram bons ares
Caminhar de novo
Alegra a povoação
Faz badalar o sino
Brota água das fontes!

Sorriem monumentos
Entre casas caiadas
Hortas e montados
Como os verdes trigais
Conventos na memória
Não faltam lamentos
Pedras pisadas
Feitos conquistados
No meio dos olivais
São páginas de glória!

Setúbal, 10/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 8 de maio de 2020

BOCAGE


Bocage Sadino
Setúbal sua Cidade
Poeta divinal
Moreno, olho azul
De vida errante
Elmano Sadino
De liberdade
Sábio, Cultural
No Rio vindo do sul
Foi navegante!

Paixão presente
Em sorte dura
De gabão aberto
E bravo talento
O mar o levou
Ao sol nascente
Perdeu frescura
Por amor desperto
No pensamento
Marília Amou!

Longe no Oriente 
Descobriu laços
Viveu fantasia
Escreveu versos
História premeia
Deixou semente
Sofreu cansaços
De nostalgia
Escritos dispersos
Luz de Epopeia!


Setúbal, 09/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto






quinta-feira, 7 de maio de 2020

JARDIM FLORIDO


Jardim florido
Aroma de mel
Casa caiada
Rua pisada
Gente que sente
Tronco caído
Folha de papel
Terra lavrada
Vida afagada
Pela luz da mente.

Planta bendita
Rosa em botão
Foi semeada
E germinada
na Primavera
De cor bonita
Flor de eleição
Para ser beijada
Abandonada
Como quimera.

Amor voando
Nas asas do vento
Olha as estrelas
No céu são belas
Brilham ao luar
Estão divagando
Têm novo alento
Como é bom vê-las
À luz das velas
Um verso cantar!

Setúbal, 08/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
http://otragal.blogspot.com



AQUELE ABRAÇO





Neste mundo em evolução
sentimos grande confusão,
motivada de incerteza 
em solo fértil de riqueza.
Fui ao álbum das memórias
encontrei velhas glórias,
no peito guardo saudade
que florescem na idade!

Camponês, na terra labuta
enquanto operário executa
com o técnico nobre ideal!
Constroem produto final.
O médico e o enfermeiro,
assim como o cabeleireiro
curam, tratam da imagem,
em tão bonita viagem!

O pescador enfrenta o mar,

com a traineira vai pescar;
o advogado defende o burlão
e o juiz julga a razão;
o professor educa a criança,
alimenta a confiança
 dando ao futuro o Saber,
iluminando o Vencer!

O mineiro fura o rochedo,

com as mãos negras, sem medo;
na bigorna o mestre ferreiro
modela, com martelo certeiro.
A nova Tecnologia
cresce no Globo entre magia,
atenuando o cansaço!...
Dá ao viver! Terno Abraço!

Setúbal, 07/05/2020

Inácio José Marcelino Lagarto 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

VOLTAREMOS A SONHAR

 
O vento sopra em desalinho, 
a economia perde Mercado;
caminha na sombra o turismo,
a restauração e a vida!
Por causa de um velhaco Covid -
dezanove chegou impar,
aparece em qualquer lugar!...
Como o inebriante vinho 
deixa o povo adoentado
entre fraco dinamismo.
Desperta a dor sentida
e no mundo progride!  

Vem à memória velhas pandemias,
pestes choradas, lembranças frias!

O objectivo é desconhecido,
vai desfazendo o sonho;
causa tempestade, ansiedade
este aventureiro perdido!
Avança no tempo risonho
contra a felicidade;
cria desemprego
demora a ir-se embora;
vigia sem pensar na hora,
a Terra despovoando
e ao pobre cobrando, 
ataca a Liberdade!

Convive no mesmo espaço,
vem sentar-se à nossa mesa;
elimina o tocar! Faz chorar!...
Será vencido pelo cansaço,
força no crer, amizade, firmeza,
por fim…voltaremos a Sonhar!


Setúbal, 06/05/2020

Inácio José Marcelino Lagarto
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

terça-feira, 5 de maio de 2020

REPENSAR A VIDA


Existe um mundo à condição
Canta à janela o fadista
Solta o preso da prisão
Prende o operário, o artista. 


Esvoaça
a liberdade
caminha o povo mascarado;
em casa com medo fechado
como defesa e bondade,
causa no tempo ansiedade.
Em suprema aspiração, 
defende a alma, o coração
fica no espaço escondido
e com emprego quase perdido!...
Existe um mundo à condição.

Brilha o médico no hospital
assim como a enfermagem,
unidos, mostram coragem,
no bem servir divinal
entre a partilha Universal.
Técnicos, falam da conquista,
conduzem a entrevista
e com tamanha destreza
cuidam, oferecem riqueza!...
Canta à janela o fadista.

Este terrível vírus, afinal 
extermina a população;
proíbe afecto, aperto de mão,
formata trabalho original,
Telescola, Telejornal.
Cria espectáculo, motivação,
mitiga a força da razão,
com toque no cotovelo,
trata os amigos com zelo!
Solta o preso da prisão.

O sonho vive baralhado
pela onda da pandemia;
faz da sombra a luz do dia,
de alegria humilhado,
cala o ideal, futebol louvado.
Não festeja a conquista 
e sem a bandeira à vista,
no abismo tona-se escravo,
cose a mente com alinhavo!
Prende o operário, o artista.


Setúbal, 05/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

segunda-feira, 4 de maio de 2020

DESCONFINAMENTO


Este iniciar de dinamismo explode,
o relâmpago, trovoada começa a  desconfinar;
quem comanda as águas reage e sacode,
liberta os cansaços, deixa a vida rolar!

Caminha a esperança entre frescura,
segue a Internet em velocidade no espaço;
o futuro é visto com outro olhar e ternura,
troca o saber da civilização por novo laço!

Cheira a verão, ir à praia para mergulhar,
visitar museus, paisagens, viver, sonhar!...
Voltar a sorrir, ser feliz no Universo.

Ouvir no silêncio com inteligência
e assim, acreditar na clara experiência,
cantando com alegria, a crise, em Belo Verso!

Setúbal, 04/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto






domingo, 3 de maio de 2020

TRAGÉDIA DE UMA CRISE


O José caminha no tempo, vagarosamente,
perturbado entre noticiário polémico;
com ele estamos confinados perdidamente
porque a crise atacou em surto pandêmico!

Fomenta tragédia e muita ansiedade
sob a abóbada do céu azul estrelado;
assombrou a primavera da Liberdade
deixando o pensamento, corpo isolado!

Calou a partilha com receio e medo,
está ferindo família, existência em segredo,
roubando-lhes carinho, beijos e abraços.

O sentir, desfila na solidão, com a saudade
jamais esquece a dor,  fraternidade ...
solenemente a tecnologia estreita os laços!

Setúbal, 03/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto


sábado, 2 de maio de 2020

UNIDOS PELA VIDA


Todos unidos pela vida,
em belos caminhos andados
pelo perigo à nossa volta!
Este povo de alma ardente
e nesta corrida de dor sentida,
somos fiéis soldados!... 
Contra a pandemia em revolta.
Cansados de corpo e mente,
envoltos em brilhante luz
temos fé, em quem nos conduz!

Vamos engrossar as fileiras
cantando com alegria;
libertar famílias prisoneiras,
da sombra negra, com magia.

Velho
povo no vencer,
desbravámos rios e mar;
filhos de pescadores,
de bravos agricultores
e do operário ao escritório!...
Sangue do mesmo Saber,
no aprender e no criar.
Fazedores de valores,
escravos no peditório
chorando como em velório!

Partilhamos a amizade,
seguimos o feroz vendaval;
damos as mãos à igualdade
pelo sonho do nobre ideal.

Olhamos o futuro com bondade,
gritando bem alto! LIBERDADE!

Setúbal,  02/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto

sexta-feira, 1 de maio de 2020

MÃE DO CORAÇÃO


Olho-me ao espelho,
vejo duas imagens em segredo,
falo com o mundo!
Ajoelho, penso e beijo,
sinto desejo!...
Reparo no bedelho
entre carinho e medo,
no seu amor profundo,
fixo a Mãe do Coração.
As palavras brotam
pela força da emoção
e os sonhos à mente voltam!

É Maio brilha a chama,
recorda o ventre materno;
por bela ternura clama
que cresce no calor fraterno.

Navego no silêncio,
fortaleço a fraqueza,
alimento o sonho;
fecundo, educo e crio
na corrente do rio,
até guardo e negligêncio
pela vida fora!...
Uso de partilha e certeza
a fim de construir caudal risonho,
sempre presente na hora!

Bebo uma lágrima de afecto
entre sorrisos e lamentos;
brincámos sob o mesmo tecto
perfumando lindos momentos.

Sua existência é voz sentida
nesta caminhada vivida!

Setúbal, 03/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto



VOZ DA ARRÁBIDA


(Foto retirada do Google

A voz da Arrábida chega aos céus,
clama pelo tempo das vindimas;
mostra esplendores dos filhos seus,
como Igrejas, ruelas, obras primas!

Palmela, Terra de afinidades,
de fortes ideais e imensa Cultura!...
Partilha a fraternidade,
Concelho, jardim de agricultura.

Inspira a vida solenemente
entre o Castelo lá no alto;
olha o Sado, a Serra ali em frente,
Setúbal, fica apenas a um salto.

O vento leva o sonho às areias,
às praias de Tróia, Figueirinha;
pelejam e conquistam a meias
e o povo unido ao solo caminha!

Como devota estrela ilumina,
vigia toda  a paisagem real;
acompanhada da força divina
torna-se em altar de Portugal.

Veste a Ordem de Santiago de Espada,
no campo florescem bons vinhos;
de bela casta glorificada
fazem reflectir novos pergaminhos.

Escreve páginas de esperança,
de labor e querer sentido;
hoje acredita na fé, na confiança, 
na luta, no caminho percorrido!


Setúbal, 01/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto