Já deixámos de ir à rua,
Da varanda olhamos a lua
Só vemos automóvel a rolar;
Nossa esplanada está nua,
A bandeira do café flutua
À espera do vírus abalar!
O mundo segue confinado,
Em silêncio perde mercado,
Faz renascer outra vontade
No mar antes navegado!
Foi invadido e conquistado,
Roubaram-lhe a liberdade.
Tiram beijo, terno abraço,
À música trocam compasso!
Canta o Artista à janela;
De longe, estreitam o laço,
Vão animando o cansaço
Põem o povo de sentinela!
No meio de tanta miragem
Agradecem à enfermagem
E ao doutor, tamanha bondade!...
Em nostálgica viagem
Surge um sopro na aragem,
Acende a luz da fraternidade.
Porém, vive a esperança,
Bem unida à confiança
Para pôr fim à desgraça;
Após crise vem a bonança,
Com boa liderança,
Este vento agita e passa!
Setúbal, 16/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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