Estou um pouco cansado
vou viver no Alentejo
à procura do sol quente
e da chuva consagrada,
sentir o cheiro do barro!
aqui de longe não o vejo;
trago a olaria na mente
como o carro e o arado,
o pastor com belo tarro!
Nas horas, noites sonhadas,
bebem e falam sobre a mágoa
os trabalhadores na taberna,
partilham da igualdade
a dura vida, lutar cinzento!
Noticias são apregoadas
por achados ou falta de água,
com voz forte e fraterna;
levam para casa a saudade -
mulher e filhos no pensamento.
Deita-se o serão, o olhar triste,
ficam à espera da alvorada
a fim de alimentarem a pobreza;
por memória, férteis ideais,
jamais predomina a preguiça.
A caminhada no suor persiste
entre labor, alma amargurada,
por quem cria tamanha riqueza
os salários são desiguais,
ao mundo pedem justiça!
Setúbal, 15/05/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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