sábado, 29 de agosto de 2020
ESTAÇÕES DO ANO
As estações do ano são diferentes
Controlam o corpo e a mente,
Libertam no tempo a vontade
A qualquer vida presente.
Modificam a bela paisagem
E a força forte do vento;
Todas seguem sua viagem
Na corrente do pensamento.
Mês de agosto vai-se embora
Leva com ele a saudade,
As férias peregrinas e o lazer
Numa caminhada perfeita.
O outono espreita a hora,
Cai a folha da bondade
Fica à espera de reflorescer
Na próxima primavera eleita.
Surge setembro ,traz a vindima
Para o vinho novo com esperança;
A uva é levada para esmagar,
Fermenta no acreditar, na confiança,
Por Deus Baco sente fiel estima!
Na colheita, na adega a brindar.
Refrescam memórias por perto,
Convidam ao aprender, ao trabalho
e as sombras deixam de ser vestidas
Pelo sonho que luta a céu aberto ;
As manhãs nascem com orvalho,
Curam as mágoas sentidas.
Aquecem a alma, os corações
Na chama da partilha ausente;
Festejam com solenidade as emoções,
Apagam as tristezas de repente.
Setúbal, 29/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
CAMINHADA DE LUZ
Almas bravas de alentejanos
Numa caminhada repleta de luz,
Vivem sonhos nos olhares humanos;
À distância traçam ternos planos,
Orientam a vida pelo que seduz.
Fitam com gosto o horizonte!
Percorrem-no com consciência;
Pensam na nascente como rica fonte
Que chega ao povoado e ao monte,
Companheira fiel da existência.
A saudade, rompendo na fé fala,
Recorda estórias antigas e feitos;
O vento que sopra os embala
Perto da Senhora De Aires não cala
Sobre Cultura em espaços eleitos.
Há outro momento sonhado a belo,
Partilha da juventude e união
No largo de São Luís, junto ao Castelo,
Entre Amizade, carinho e bom zelo
Festejam ao sol quente a sua bênção.
Do alto da serra, em linda imagem,
Vê-se brilhar o branco casario;
Estende os braços à verde paisagem,
Mistura-se no arvoredo e folhagem
Lançando ao tempo novo desafio!
Viana do Alentejo berço amado,
Noite e dia cheira a rosmaninho;
Por anjos do céu é aconchegado,
Pelo trigo e olival bem alimentado
Esta Província é o meu Ninho!
Setúbal, 27/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
OS PASMADINHOS
Os Pasmadinhos de Maria Pó
Envolvem o Jardim do Bonfim de beleza;
Naquele espaço não vivem só
E unidos movem a maré, a mó
Que completam a Mãe Natureza.
Em traço largo a céu aberto,
Num conjunto extraordinário
Cujo tema é variado e incerto
Entre a relva, o arvoredo por perto,
Jamais falta o povo no cenário.
Brilham os artistas e poetas,
Correm crianças, constroem sonhos!
Aventureiros de mentes despertas.
Gente animada descansa das metas,
Calam corações tristes e risonhos.
Filhos do mar e do Rio Sado,
Amantes da Cidade e da Serra!
A Arrábida paraíso encantado
Perfuma a alma, a faina do pescado,
Setúbal garbosa da sua Terra.
Têm no Vitória orgulho e glória,
Clube de paixão e carinho;
Gritam bem alto linda história
Não a apagam na memória,
Seguem em frente no caminho.
Olham o Bocage como maior estrela,
A Luísa Todi no Cante no Mundo
E a Baía, visão suprema e bela!...
Beijando a Troia é tão bom vê-la
Dia e noite pelo rio profundo.
Setúbal, 24/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
sábado, 22 de agosto de 2020
PASSEIO NO JARDIM
Fui ao jardim passear,
Visitar o que a alma vê e sente
Neste tempo mudando o lutar!
O Parque não deixou de alegrar
Com seu conjunto envolvente.
A arte convinda ao lazer
E ao olhar fixo no futuro;
Mostra a força do criar e ter
Por entre a luz do vencer!
Passagens de um destino seguro.
Pasmadinhos com beleza
Misturam-se com o arvoredo;
Obras, sinais de firmeza
No verde, fresco, da Natureza,
De uma vivência sem medo.
Caminhei pela corrente
Sobre pedra a pedra a pular,
Junto do Lago acalmei a mente!
Olhando peixe, pato presente,
Bebi do espaço a sonhar.
Completei terna jornada
Ouvindo o vento a sussurrar;
Entrei na Capela Sagrada,
Orei à Imagem guardada!
Ao Senhor do Bonfim no Altar.
No Vitória saciei saudade
E da casa antes desejada;
Ali amanheceu a claridade,
A conquista na idade,
A chama acesa iluminada!
Setúbal, 21/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
FORÇA HUMANA
Ouvir, sentir, saber comunicar
Sobre o que a vida tem a fazer!
O pensamento livre pode acalmar,
Decidir, ser feliz no bom viver,
Neste confronto raro e original
Cujo mundo segue aconselhado,
O caminhar jamais será igual
Porque no tempo foi modificado.
Vozes descobriram um novo falar,
Defendem com orgulho a pesca e o mar!
Os ventos sopram, as praias imploram,
Os campos vigiam o arvoredo;
Anjos no céu em cânticos oram,
Linda melodia iluminando o medo!
Sonham com a vitória consoladora,
Pedem ajuda ao Senhor do Universo
Que acabe com a onda invasora,
Estranho mistério em ira disperso.
Esta miragem a Terra sacode
E a partilha em silêncio acode!
Vamos glorificar a vontade,
Sacudir o pó da consciência;
Erguer no peito toda a bondade
Olhando de frente com sapiência.
Trazer de volta o querer do coração,
O aperto de mão com a mesma surpresa,
Ver a Cultura, o Social com paixão,
Correr e brincar na Natureza.
Neste cansaço na Força Humana
Brilha no ar a imagem lusitana!
Setúbal, 18/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
RUA DO CASTELO
Minha rua! A mais bela!
Com casas caiadas de branco;
Murmura da serra uma estrela
Aos poiais que servem de banco.
Tem calçada, tapete de pedra,
Bordada ao longo dos caminhos:
A erva não cresce, não medra
Porque é colhida pelos vizinhos.
Largo São Luís lindo ginásio
Para exercício e futebol;
O sol, o luar bom magnésio
E o Castelo como farol!
A serra na encosta, nas alturas
Protege o suave partilhar;
O vento lança as venturas
No intervalo para estudar.
As almas criavam emoções
No futuro sempre correndo;
Mais tarde aqueceram corações
Entre sonhos florescendo.
Naquele tempo foi moldado,
Desenvolveu o pensamento;
Deixou o olhar enamorado,
Gravado com sentimento.
Palavras, desejos, claridade
Ao som do sopro dos olivais;
São vozes da saudade
No cantar alegre dos pardais.
Deus que roda o destino,
O labor árduo de boa gente;
Tornou em Saber o menino,
Fortaleceu a terna mente!
Setúbal,13/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
Com casas caiadas de branco;
Murmura da serra uma estrela
Aos poiais que servem de banco.
Tem calçada, tapete de pedra,
Bordada ao longo dos caminhos:
A erva não cresce, não medra
Porque é colhida pelos vizinhos.
Largo São Luís lindo ginásio
Para exercício e futebol;
O sol, o luar bom magnésio
E o Castelo como farol!
A serra na encosta, nas alturas
Protege o suave partilhar;
O vento lança as venturas
No intervalo para estudar.
As almas criavam emoções
No futuro sempre correndo;
Mais tarde aqueceram corações
Entre sonhos florescendo.
Naquele tempo foi moldado,
Desenvolveu o pensamento;
Deixou o olhar enamorado,
Gravado com sentimento.
Palavras, desejos, claridade
Ao som do sopro dos olivais;
São vozes da saudade
No cantar alegre dos pardais.
Deus que roda o destino,
O labor árduo de boa gente;
Tornou em Saber o menino,
Fortaleceu a terna mente!
Setúbal,13/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
sábado, 8 de agosto de 2020
COM A MÁSCARA TAPO A CARA
Com a máscara tapo a cara
Caminho ao longo do dia;
Escondido uso imagem rara
Defendo-me com cortesia.
De máscara sigo na rua,
No café, supermercado;
De cabeça no ar, olho a lua,
Levo o sonho bem guardado.
Generoso de alma, coração,
Sinto a fiel amizade;
Salvo a nossa condição
Desta força e maldade.
Somos filhos e irmãos
Atentos à caminhada;
Só não apertamos as mãos
Seguimos firmes na cruzada.
Acreditem tenho pena,
Pena de não os abraçar;
O vírus criou esta cena
Sem ao menos poder-nos tocar.
Mantenham a confiança
Que este cumprir alivia:
A seguir vem a bonança,
Traz amor cheio de magia.
Setúbal, 08/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
domingo, 2 de agosto de 2020
AGOSTO ROMPE COM CAUTELA
Agosto rompe com cautela,
Traz recolhimento profundo,
As mentes embriagadas
Tornam os rostos diferentes;
Os Saberes, os trabalhos,
Modificam o velho mundo,
Os pensamentos dispersos
Sobre olhares comoventes.
Perde-se no sonho para reflectir,
No tempo a fim de partilhar, sentir!
De março a julho a caminhada
Foi soprada por forte ventania,
A saudade pairou a meditar!...
Na imagem triste e silenciosa
Roubando a ventura, a companhia.
A noite e o dia giram ofuscantes
Apesar do sol e do belo luar
Que vêm alegrar nova certeza,
A viagem conduzida gentilmente;
Iluminam todo o Universo
Entre a luz suave e o despertar,
Emanados pelo céu divino,
Chegam à Terra solidariamente.
Brindam à floresta, à doce vida,
Ao sucesso, à passagem sentida!
Neste imenso e estranho medo
Permanece ingrata jornada,
O povo já regressa à rua!...
Às escuras, de máscara envolvente,
Com a alma magoada, disfarçada.
Setúbal, 02/08/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
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